domingo, 6 de maio de 2007

Pesadelo...

Pesadelos obscuros percorrem as brumas do anoitecer remexendo a minha cabeça, desorganizando as minhas ideias, ofuscando a minha confiança, desmentindo o meu conforto. O que sempre temi aliou-se à minha presença, aquilo contra o que sempre lutei agora faz parte integrante da minha vida. Ventos cruzados formaram um remoinho do qual não consigo escapar, afundando-me mais nele, sufocando no que os meus olhos vêem e no que os meus pensamentos interpretam.
Procuro na minha força interior a âncora que me prende à razão, fugindo aos infortúnios do passado, escapando à monotonia do presente.
A depressão assombra o meu ser, intensificando a decomposição do meu interior, insensibilizando os sentimentos do meu exterior. Criando uma fachada que esconde dissabores e virtudes, mas que garantem a paz entre os sentimentos dos amigos mais queridos. Permitindo assim, pelo menos tranquilizar aqueles que mais se preocupam.
As dependências rodeiam-me por todos os lados, cegando o que devia ver, bloqueando o que devia pensar. Acizentando os caminhos que percorro e sombreando a luz que me alimenta. Apesar de uma juventude de ideais agora saboreio o aproximar das Trevas e a escravidão do futuro do qual já não consigo escapar.
Preciso reencontrar o que alimentou os ideais da minha juventude, trazer alguma alegria a este corpo que habito, baixar a fachada que transporto e tornar novamente visível o transparecer de sentimentos sem a preocupação de me ferir.
Mas a possibilidade e a força de vontade desintegram-se com o passar das horas que mais parecem dias, e dias que parecem meses. Envelhecendo ao minuto, fraquejando ao segundo. Como se torna difícil caminhar direito sobre caminhos tortos, adormecer quando se tem medo de dormir, respirar quando se tem medo de viver. Só me resta esperar, ver o que irá acontecer porque neste momento não há mais nada que eu possa fazer.

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