Walking the roads of our youth
Through the land of our childhood, our home, and our truth
Be near me, guide me, always stay beside me
So I can be free
Free
Let’s roam this place, familiar and vast
Our playground of green frames our past
We were wanderers
Never lost
Always home
When every place was fenceless
And time was endless
Our ways were always the same
Cool my demons and walk with me, my brother
Until our roads lead us away from each other
And if your heart’s full of sorrow, keep walking
Don’t rest
And promise me from heart to chest to never let your memories die
Never
I will always be alive and by your side
In your mind
I’m free
(Johnnie Walker)
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Incompetência
“Na maioria das vezes, um líder incompetente tem uma equipa excelente, todavia, devido à incompetência do líder, ele não consegue ver isso, e acaba prejudicando toda a equipa.”
Humberto Queiroz
...
"Se queres provar-nos que és competente em agricultura, não o proves semeando urtigas."
Georg Lichtenberg
...
"Se queres provar-nos que és competente em agricultura, não o proves semeando urtigas."
Georg Lichtenberg
sábado, 6 de junho de 2015
segunda-feira, 3 de março de 2014
quinta-feira, 6 de junho de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
The River Why Inspiration...
Quietly as I watched the sun wake the valley I felt as though an oldest, greatest, longest-lost friend had come to walk the road, unseen, beside me. And just as quickly that feeling left and blended with the sunlight. I knew from this point on there was no escape and nowhere to go, I was already there…
People often don't know what they're talking about. But when they talk about life they really don't know what they're talking about. The one sure thing you can say about life is that there isn't much you can say about it, not that you shouldn't try, you can make analogies. Life is like a lot of things. One thing it's like is a stream, a stream when it's flowing between its own two banks at its own pace in its own sweet way…
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Hills I Ride...
Like hills I ride through all those years, all life, all death, all existence, all loss…
You rise and I fall, you rise on my fall, you rise on more…
You rise and I fall, you rise on my fall, you rise on more…
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Thoughts...
At the risk of being labeled weird I'm going to throw it out there:
Everything seems the same, same work, same problems, same people, same habits, the same social, consumerist and financial prison, day after day, week after week, month after month, year after year… it drains our light… it's a déjà vu all over again… and surfing seems to be the only thing that keeps me sane, that balances my mind. And life goes one, goals are achieved and as we dream of the perfect wave, the perfect job, the perfect house, the perfect soul mate. When we get there, we dream of something else....
One day I decided to paddle alone between two surf spots, and half way across I found myself too tired to continue. I stopped paddling and just sat there… I've never felt so insignificant in my whole life. But sometimes when you're most alone, you're not alone at all... and sometimes you need your space, your time, and just like in life, surfing is basically a pretty selfish activity, not because we are selfish but because riding waves feels… really good… comfortable, like you’re in peace, like you’re at home… That’s about it.
Where you are, is part of who you are...
Inspired from "The Drifter"
Everything seems the same, same work, same problems, same people, same habits, the same social, consumerist and financial prison, day after day, week after week, month after month, year after year… it drains our light… it's a déjà vu all over again… and surfing seems to be the only thing that keeps me sane, that balances my mind. And life goes one, goals are achieved and as we dream of the perfect wave, the perfect job, the perfect house, the perfect soul mate. When we get there, we dream of something else....
One day I decided to paddle alone between two surf spots, and half way across I found myself too tired to continue. I stopped paddling and just sat there… I've never felt so insignificant in my whole life. But sometimes when you're most alone, you're not alone at all... and sometimes you need your space, your time, and just like in life, surfing is basically a pretty selfish activity, not because we are selfish but because riding waves feels… really good… comfortable, like you’re in peace, like you’re at home… That’s about it.
Where you are, is part of who you are...
Inspired from "The Drifter"
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Acreditar...
“Acreditar é mais fácil do que pensar.
Daí existirem muito mais crentes do que pensadores.”
Bruce Calvert
Daí existirem muito mais crentes do que pensadores.”
Bruce Calvert
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Caleidoscópio...
"De vez em quando paramos para pensar, mas só pensamos na maioria das vezes quando as coisas nos correm mal, quando não temos aquilo que queremos. Devemos pensar principalmente é nos momentos bons, vivê-los com força, com intensidade. Porque a vida é um turbilhão de utopias e caleidoscópios todas eles com um calor diferente, todos eles com uma força e um valor diferente. Passamos por coisas difíceis na vida só para termos a coragem de os ultrapassar, se ultrapassamos então somos uns vencedores.
Na vida amamos muitas vezes e outras pessoas são nos indiferentes (porque oposto do amor é a indiferença) e ficamos surpreendidos por sentir uma mão de quem menos esperamos. A cobardia é só um simples sinal de fraqueza, mas a sinceridade em vez não é uma cura… somos todos feitos de matéria, de natureza, a vida é só simplesmente uma caminhada. Aqueles que se cruzam no nosso caminho são SEMPRE bengalas e setas na nossa caminhada, só que muitas vezes o nosso egoísmo cega-nos e não conseguimos ver as coisas certas. Mas sempre que passa a chuva vem o sol e até o arco-íris.
Aqueles que se mantêm ao longo do tempo só vêm provar a nossa fragilidade, a nossa necessidade de amor de carinho que rejeitamos muitas vezes. Mas apesar da rejeição esses seres estão lá sempre, e é com esses seres que mais nos zangamos, somos injustos mas eles continuam lá, esses seres são os nossos anjinhos aqui na terra. Podem estar perto de ti ou então longe mas ninguém os tira de um lugar, ninguém os tira do teu coração, porque aí só tu mandas.
Na vida amamos muitas vezes e outras pessoas são nos indiferentes (porque oposto do amor é a indiferença) e ficamos surpreendidos por sentir uma mão de quem menos esperamos. A cobardia é só um simples sinal de fraqueza, mas a sinceridade em vez não é uma cura… somos todos feitos de matéria, de natureza, a vida é só simplesmente uma caminhada. Aqueles que se cruzam no nosso caminho são SEMPRE bengalas e setas na nossa caminhada, só que muitas vezes o nosso egoísmo cega-nos e não conseguimos ver as coisas certas. Mas sempre que passa a chuva vem o sol e até o arco-íris.
Aqueles que se mantêm ao longo do tempo só vêm provar a nossa fragilidade, a nossa necessidade de amor de carinho que rejeitamos muitas vezes. Mas apesar da rejeição esses seres estão lá sempre, e é com esses seres que mais nos zangamos, somos injustos mas eles continuam lá, esses seres são os nossos anjinhos aqui na terra. Podem estar perto de ti ou então longe mas ninguém os tira de um lugar, ninguém os tira do teu coração, porque aí só tu mandas.
Este diário é para agradecer aos meus anjinhos que sem palavras e às vezes só com um simples sorriso ajudaram-me a ver a luz e o caminho certo a seguir. Esses anjinhos sabem que não tenho medo de nada, montanhas e trovoadas não me assustam porque jamais perco a minha identidade e deixo de ser quem sou onde quer que esteja.
A esses anjinhos que são humanos como eu, quero agradecer terem aprendido, partilhado e amado comigo e eu com eles. Quero também dizer-lhes que nunca deixem de ser quem são pois como me aqueceram a alma a mim têm também a capacidade de aquecer a alma a outros, são uns privilegiados porque são o que muita gente vai perdendo com o tempo… o saber ser genuíno e autêntico. Quero dizer-lhes que nunca deixem de amar, e principalmente de perdoar com o coração aberto e de acreditar que se o caminho por vezes é difícil de ser percorrido muitos outros estão bem pior que nós e jamais se esquecem de sorrir, de brilhar. A vida é um mistério, não quero decifrá-la, quero vivê-la com muita intensidade e força como fiz até hoje.
Os fracos que fui encontrando no meu caminho, a esses só espero que aprendam alguma coisa com os seus erros e que percebam que a vida é uma caminhada e só devemos levar o que é verdadeiramente importante. Sinto que nalguma coisa fui professora deles, cabe-lhes quererem aprender porque nunca é tarde para mudar o rumo, porque só é tarde quando nos acomodamos às situações e achamos que não há nada a fazer, devemos fiar assim para sempre. NA VIDA NÃO EXISTE SEMPRE NEM NUNCA EXISTE AGORA... VIVE…"
M. Rosário
Adorei... Obrigado ;)
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Mergulhar a cabeça nas mãos...
Quantas vezes mergulho a cabeça nas mãos, incrédulo com a indecisão, o “tu não entendes”, o “mas é que” e outras parábolas indeterminantes que não dão asas à mudança e à libertação definitiva de certos males ou atitudes abusivas. Por vezes um simples, directo e autoritário “não” é um excelente insecticida desparasitante que nos honra e fortalece em relação aos usurpadores de alma, mentes utópicas que só nos fragilizam… mas eu sei, eu sei que é um processo moroso em que pouco ou nada posso fazer porque enquanto houver o pavor à mudança, haverá sempre falta de vontade em evoluir e crescer…
Depois existem os locais onde se veneram o falso, temporário e irreal êxtase do momento que gera dependência e quando surgem os problemas reais, os momentos de decisão, normalmente dispara o mecanismo de defesa em que é mais fácil acabar ou fugir dos problemas que enfrentá-los… mas essas atitudes não resolvem nada, o “está-se bem” apenas disfarça e atenua a dor do momento, a verdadeira dor é a que nos faz sentir vivos, úteis e dispostos a mudar, a lutar por algo melhor…
E sente-se por vezes uma tensão no ar, o fraquejar perante os hábitos, os vícios, os tabus, o círculo fechado de guetos ditos de amizade, de tribos da sociedade onde não se enxerga o bom senso e não se dá voz à razão… que vontade em defender, teorizar e expor certas ideologias ou metodologias e não as colocar em prática, em não auto-praticar e não utilizá-las porque só servem para os outros, porque a mim não me acontece nada, porque sou consciente dentro da pouca lucidez, porque sou um ser superior aos outros ou um super indivíduo que é imune aos males que nos rodeiam… que verdadeira hipocrisia, indolência pura e cristalina onde só não vê e não crê quem não quer… como gostaria de pensar assim, ou seja, não pensar, ser insensato e ver o mundo como uma criança de 5 anos…
Como gostaria de me afastar, de prolongar a distância entre vontades sem perder aqueles que realmente gosto, como gostaria de me distanciar das fraquezas ou aspectos que podem fragilizar o meu bem-estar, a minha vida pessoal e profissional sem deixar de parte aqueles que venero, que amo… mas é irredutível… quantas vezes sinto que estou a atravessar um quarto ou local e sinto que estou a deixar-me ser levado pelo momento e pela multidão, ou será que são os locais e as multidões que se deslocam e fluem por entre mim, sem me mexer, impávido e demasiado sereno quanto à mudança? E estou num lugar onde reconheço a cara de toda a gente mas na realidade não conheço ninguém, são todos conhecidos mas ao mesmo tempo estranhos…
Realmente, por vezes, prefiro não saber, estar ausente de preocupações supérfluas que apenas vão alimentar mais chatices… mais vale ignorar certos assuntos, dando-lhes a importância que merecem que é nada ou quase nenhuma… pois as rotinas do culto inconsciente só são perceptíveis para quem as analisa de longe e eu sei que a realidade encontra-se nos momentos lúcidos e a fantasia nos delírios…
Na verdade não receio o amanhã, apenas tenho medo no que me posso vir a tornar ou no que posso vir a fazer… e sinto a falta de acordar ao teu lado, de sentir o teu cheiro, absorver o teu calor e não me sentir esquecido pelo mundo, incompleto, só e amargurado…
Depois existem os locais onde se veneram o falso, temporário e irreal êxtase do momento que gera dependência e quando surgem os problemas reais, os momentos de decisão, normalmente dispara o mecanismo de defesa em que é mais fácil acabar ou fugir dos problemas que enfrentá-los… mas essas atitudes não resolvem nada, o “está-se bem” apenas disfarça e atenua a dor do momento, a verdadeira dor é a que nos faz sentir vivos, úteis e dispostos a mudar, a lutar por algo melhor…
E sente-se por vezes uma tensão no ar, o fraquejar perante os hábitos, os vícios, os tabus, o círculo fechado de guetos ditos de amizade, de tribos da sociedade onde não se enxerga o bom senso e não se dá voz à razão… que vontade em defender, teorizar e expor certas ideologias ou metodologias e não as colocar em prática, em não auto-praticar e não utilizá-las porque só servem para os outros, porque a mim não me acontece nada, porque sou consciente dentro da pouca lucidez, porque sou um ser superior aos outros ou um super indivíduo que é imune aos males que nos rodeiam… que verdadeira hipocrisia, indolência pura e cristalina onde só não vê e não crê quem não quer… como gostaria de pensar assim, ou seja, não pensar, ser insensato e ver o mundo como uma criança de 5 anos…
Como gostaria de me afastar, de prolongar a distância entre vontades sem perder aqueles que realmente gosto, como gostaria de me distanciar das fraquezas ou aspectos que podem fragilizar o meu bem-estar, a minha vida pessoal e profissional sem deixar de parte aqueles que venero, que amo… mas é irredutível… quantas vezes sinto que estou a atravessar um quarto ou local e sinto que estou a deixar-me ser levado pelo momento e pela multidão, ou será que são os locais e as multidões que se deslocam e fluem por entre mim, sem me mexer, impávido e demasiado sereno quanto à mudança? E estou num lugar onde reconheço a cara de toda a gente mas na realidade não conheço ninguém, são todos conhecidos mas ao mesmo tempo estranhos…
Realmente, por vezes, prefiro não saber, estar ausente de preocupações supérfluas que apenas vão alimentar mais chatices… mais vale ignorar certos assuntos, dando-lhes a importância que merecem que é nada ou quase nenhuma… pois as rotinas do culto inconsciente só são perceptíveis para quem as analisa de longe e eu sei que a realidade encontra-se nos momentos lúcidos e a fantasia nos delírios…
Na verdade não receio o amanhã, apenas tenho medo no que me posso vir a tornar ou no que posso vir a fazer… e sinto a falta de acordar ao teu lado, de sentir o teu cheiro, absorver o teu calor e não me sentir esquecido pelo mundo, incompleto, só e amargurado…
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é! Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!"
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é! Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!"
Fernando Pessoa
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Insanidade...
"Insanidade é repetir as mesmas acções e esperar resultados diferentes..."
Albert Einstein
(Gostei, gostei muito :-))
Albert Einstein
(Gostei, gostei muito :-))
segunda-feira, 10 de março de 2008
Em Stand-By...
Bem... não tenho publicado, não tenho tido tempo nem amarguras que justifiquem qualquer tipo de 'post' a ser publicado neste blog... por isso... deixo o blog em stand-by, ou seja, fica em repouso mas pronto a trabalhar (caso seja necessário)...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
But why can't it be mine?
"I know someday you'll have a beautiful life. I know you'll be a sun in somebody else's sky. But why can't it be mine?"
Eddie Vedder
Eddie Vedder
domingo, 10 de fevereiro de 2008
O valor da solidão...
"A solidão, na acepção de se estar frequentemente sozinho, é essencial para qualquer profundidade na reflexão ou no carácter; e a solidão na presença da beleza e grandeza naturais é o berço de pensamentos e aspirações que não apenas fazem bem ao individuo, mas sem os quais a sociedade poderá passar mal."
John S. Mill
John S. Mill
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Empty Spaces...
From time to time, occasionally, I hike quietly into empty spaces and try to lock the gaps of my past instead of reaching out and grabbing want I really want in life, without thinking to much, conscious of the basics of my existence, where circumstance has no value and unconcerned if the world makes sense…
However, people only see and believe what they are prepared to see and assimilate, so… I wait silently for my dawn, for the time to be reborn and feel like life has just begun, like a new fresh start, absent of any past and eager for the unknown future. Where I normally respond to what I judge with my soul disregarding what I see with my eyes.
Sometimes, unfortunately, I believe there's no turning back so I keep on walking, I keep building my path and at this time I only want to be with people who understand me… and that’s ok because I’ve got no place else to go.
I know that the times are changing and that seasons are constantly shifting… so someday and once again, when I least expect, the rivers will open this rusty shell and I will open the door to my heart, embracing the expectation of a true love, again blinded and still stupefied in thoughts…
However, people only see and believe what they are prepared to see and assimilate, so… I wait silently for my dawn, for the time to be reborn and feel like life has just begun, like a new fresh start, absent of any past and eager for the unknown future. Where I normally respond to what I judge with my soul disregarding what I see with my eyes.
Sometimes, unfortunately, I believe there's no turning back so I keep on walking, I keep building my path and at this time I only want to be with people who understand me… and that’s ok because I’ve got no place else to go.
I know that the times are changing and that seasons are constantly shifting… so someday and once again, when I least expect, the rivers will open this rusty shell and I will open the door to my heart, embracing the expectation of a true love, again blinded and still stupefied in thoughts…
sábado, 12 de janeiro de 2008
Into The Wild...
"I read somewhere how important it is in life not necessarily to be strong but to feel strong, to measure yourself at least once... to find yourself at least once in the most ancient of human conditions, facing blind, deaf stone alone, with nothing to help you but your own hands and your own head..."
Christopher McCandless
(Into The Wild)
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Relações...
"Será sempre impossível determinar com um mínimo de segurança em que medida é que as nossas relações com outrem resultam dos nossos sentimentos, do nosso amor, do nosso desamor, da nossa benevolência ou do nosso ódio, e em que medida é que estão previamente condicionadas pelas relações de forças existentes entre os indivíduos."
Milan Kundera
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Ruído Intenso...
Ainda recordo quando o ruído intenso silenciou tudo o resto, ensurdeceu a lógica e o óbvio, turvou a minha essência e tornou tudo preto e branco ou, simplesmente, preencheu o meu universo com tonalidades cinzentas, incolor, ausente de cheiro e sem paladar.
Senti a minha segurança desvanecer como se consumisse o tecto que me abrigava dos dissabores da vida e me caísse o céu nos ombros... e, desamparando, soltei a amarra e fui obrigado a zarpar, atarantado, para uma reserva que estagnou, sem evolução, pouco aclamado e despromovido de progressos… como se, de certa forma, parasse no tempo e regressasse a um passado indolente e pouco atractivo.
E aqui me mantenho, isolado nesta ilha de solidão interior, neste exílio íntimo e desmerecido, náufrago e à espera que alguém me resgate…
Senti a minha segurança desvanecer como se consumisse o tecto que me abrigava dos dissabores da vida e me caísse o céu nos ombros... e, desamparando, soltei a amarra e fui obrigado a zarpar, atarantado, para uma reserva que estagnou, sem evolução, pouco aclamado e despromovido de progressos… como se, de certa forma, parasse no tempo e regressasse a um passado indolente e pouco atractivo.
E aqui me mantenho, isolado nesta ilha de solidão interior, neste exílio íntimo e desmerecido, náufrago e à espera que alguém me resgate…
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Este rabiscar...
Este rabiscar, a escrita acaba por ser, para mim, a minha forma de libertação, um modo de aliviar certos sentimentos nostálgicos, melancólicos e nalguns casos até patéticos e irrelevantes. Muitas vezes são sobre situações passadas, irrisórias ou infelizes mas que ocasionalmente insistem em zombar os meus pensamentos, xingando o meu bem-estar e a minha sanidade. Há dias e dias… e hoje é um desses dias, em que apesar de passar o dia repleto de amigos, colegas de trabalho e conhecidos, sinto que a solidão me rodeia, a amargura transparece, a cicatriz não sara e uma sombra enevoa a minha luminosidade interior.
Assim, emprego a escrita como uma técnica, como uma arte para me esquivar de uma nova recaída, como um meio de combater o regresso a um estado depressivo, que já vivi e que neste momento não ambiciono. De certa forma, a escrita acaba por funcionar como a expressão popular ‘foda-se’ (desculpem a expressão) mas ainda esta semana li um excerto adaptado de um texto, do qual desconheço o ‘verdadeiro’ autor, que profere o seguinte:
“O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de ‘foda-se!’ que ela diz. Existe algo mais libertário do que o conceito do ‘foda-se!’? O ‘foda-se!’ aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta-me.”
Apesar de alguns indivíduos acharem exagerado o seu conteúdo, o seu grau de vulgaridade ou obscenidade, existe muita veracidade neste pequeno parágrafo, no qual me revejo e me identifico. Para finalizar termino com um toque nortenho, num timbre audaz e com um valente: ‘Foda-se!’… Amanhã é outro dia, outra vivência, outra realidade…
Assim, emprego a escrita como uma técnica, como uma arte para me esquivar de uma nova recaída, como um meio de combater o regresso a um estado depressivo, que já vivi e que neste momento não ambiciono. De certa forma, a escrita acaba por funcionar como a expressão popular ‘foda-se’ (desculpem a expressão) mas ainda esta semana li um excerto adaptado de um texto, do qual desconheço o ‘verdadeiro’ autor, que profere o seguinte:
“O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de ‘foda-se!’ que ela diz. Existe algo mais libertário do que o conceito do ‘foda-se!’? O ‘foda-se!’ aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta-me.”
Apesar de alguns indivíduos acharem exagerado o seu conteúdo, o seu grau de vulgaridade ou obscenidade, existe muita veracidade neste pequeno parágrafo, no qual me revejo e me identifico. Para finalizar termino com um toque nortenho, num timbre audaz e com um valente: ‘Foda-se!’… Amanhã é outro dia, outra vivência, outra realidade…
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Silhueta...
Sombra, essa obscuridade contínua, porque me persegues? Deixa de correr atrás de mim, solta-me e pára de me atormentar! Que mania de imitares todos os meus movimentos, quaisquer que sejam, comuns ou obscenos. Porque surges após a escuridão, logo ao amanhecer e desapareces com o pôr-do-sol? Será mesmo que desapareces ou apenas te enalteces com o anoitecer?
É o meu ‘eu’ escurecido que me relembra que ainda cá estou, mesmo na ausência de luz e com pouca claridade não me larga, quer esteja inanimado ou repleto de acção. Predomina num espaço oblíquo e oposto a uma fonte de luz, incessantemente presente, atrevida, impertinente e sempre grudada em mim. É apenas uma silhueta bidimensional, uma projecção invertida, uma realidade simulada e fingida… Ou será o meu ego mais sombrio, um arquétipo de violência e imoralidade, de dupla personalidade, animalesca e primata que reside dentro de mim?
É o meu ‘eu’ escurecido que me relembra que ainda cá estou, mesmo na ausência de luz e com pouca claridade não me larga, quer esteja inanimado ou repleto de acção. Predomina num espaço oblíquo e oposto a uma fonte de luz, incessantemente presente, atrevida, impertinente e sempre grudada em mim. É apenas uma silhueta bidimensional, uma projecção invertida, uma realidade simulada e fingida… Ou será o meu ego mais sombrio, um arquétipo de violência e imoralidade, de dupla personalidade, animalesca e primata que reside dentro de mim?
domingo, 25 de novembro de 2007
Insustentável Leveza do Ser...
"Se o eterno retomo é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplêndida leveza.
Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?
O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se tome mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
Que escolher, então? O peso ou a leveza?"
Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?
O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se tome mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
Que escolher, então? O peso ou a leveza?"
Milan Kundera
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Intranquilidade...
Desafortunado percorro o mesmo caminho inclinado e poeirento em que respiro o silêncio que outrora conheci, num piscar de olhos, num relance, antevejo esse sentimento enquanto queimo este derradeiro cigarro e espero serenamente que alguém figure naquela porta. E sonho, fantasio sobre o “algures” enquanto o fumo polui o ambiente e ofusca-me a vista. Eu consigo mudar… mas em quem queres que me converta? Sou o mesmo… mas quem queres que eu seja? Ninguém? Talvez aguarde… não sei… talvez espere pela condução, por quem me oriente, me corteje e apesar de já ter apaziguado, aproveito para partilhar isto convosco. Sei que não é um episódio inédito e que existem milhões de acidentes semelhantes, anedóticos ou não, talvez fúteis e grotescos mas cada caso é único e não se deve desvalorizar o que no momento se sente e vergonhosamente se transmite. É a intranquilidade, o desassossego de quem já teve mais do que actualmente tem, de quem procura algo semelhante, que nos preenche, que nos dá ânimo e que satisfaz o espírito. Só o olhar infantil de crianças ingénuos que com o seu sentido apurado, inocente e sem influências observam a amargura íntima que interiorizamos e nos abraçam para amparar, minorando tais sensações. Todavia, já testemunhei realidades mais invulgares… mas, no entanto, obrigado por este fenómeno psicológico, por esta intuição instintiva e abendiçoados sejam os pirralhos que acabam por nos salvar e influenciar nos rumos a tomar…
"If one does not know to which port one is sailing, no wind is favorable..."
(Lucius Seneca)
(Lucius Seneca)
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
À espera da eternidade...
Continua a ser um enigma e olho desassossegado, apreensivo mas sei que outros dias virão, as rugas chegarão, envelhecerei e eventualmente acabarei por morrer… e por agora, que fazer? Vale a pena permanecer amargurado ou será mais fácil perseguir a felicidade espontânea, a vivacidade e a lucidez… enfim, onde pertenço? Será aqui? A acreditar nas fantasias que vocês, os outros, tanto idolatram e nos anseios que vocês sentem? A reflectir mais do que devo? É esta a sociedade, a comunidade a que pertenço? A cobiçar mais do que necessito? Acho que não! Tenho que acreditar que sou diferente, que tenho a capacidade de rir do passado, que posso dar voz ao meu coração e deixar a sua vontade tornar-se realidade. Se pudesse voltar atrás, voltaria a fazer o mesmo ou corrigiria a trajectória? Que incógnita… mas o tempo não se pode comprar, a imortalidade continua a ser a loucura de uma juventude inconsciente e actualmente só sonho em usufruir do tempo que me resta, em desfrutar dos minutos excedentes, de uns ápices soberbos e esperar pela eternidade…
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Side Effect...
Sometimes I seem blind and deaf, I can't see or understand the words they say, probably they just can’t understand me… Maybe I'm just misunderstood, like a dream inside a dream, lonely with my secrets and regrets… Trembling, quivering, shaking… And am I ok? Yes, it’s just a side effect of the fear within…
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Paradox...
Awake in my sleep I shiver with the outer breeze, it’s still shady, dawn and darkness domains. My feet quietly touch the chilly floor, indifferent and detached I follow the path that takes me outside, travelling down the lonely road, lost, I humble for an answer… Patience! That I have in abundance… watching, wanting, waiting for the right time to feed my hunger, where a simple thought made me smile, when nothing else could but all the signs were there… the words have been spoken and the time has arrived and no one, no thing would ever be the same. My feeble mind wasn’t able to believe the obvious, that something beyond my reality was the reason for my suffering… but it was! It was then, the moment I started a soundless scream, a silent squeal, when I looked into the eye of hell… only to see my own eye looking back. My world has changed but they had not. At first I tried to fight, then I tried to run and then I tried to pray… No! I thought. That’s not the way and my only hope for salvation was to make a stand and close that door… maybe forever and let the pain begin. Now it seems like a moment past, a dimness age. For now I grace myself, pride my parents, my friends, my workmates and chill out by the sea. I think it’s over… Over? It’s not over! It’s never over... I may have past this obstacle but I know that deeply inside it is still asleep, waiting for the right occasion to raise and torment me again... Now that’s the real paradox!
domingo, 14 de outubro de 2007
Never...
"Never allow someone to be your priority
while allowing yourself to be their option..."
"Nunca trate como prioridade quem te trata como opção..."
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Inanimados...
Por vezes observo os indivíduos, como seres inanimados, oblíquos e distantes, que não estão vivos nem mortos, ausentes de alma, talvez estejam sós, carentes e incrédulos… como se de folhas secas se tratassem, em fase de decomposição à espera que uma brisa os erga e os transporte para outro local…
sábado, 29 de setembro de 2007
Os Caminhos Desapareceram da Alma Humana...
"Caminho: faixa de terra sobre a qual se anda a pé. A estrada distingue-se do caminho não só por ser percorrida de automóvel, mas também por ser uma simples linha ligando um ponto a outro. A estrada não tem em si própria qualquer sentido; só têm sentido os dois pontos que ela liga. O caminho é uma homenagem ao espaço. Cada trecho do caminho é em si próprio dotado de um sentido e convida-nos a uma pausa. A estrada é uma desvalorização triunfal do espaço, que hoje não passa de um entrave aos movimentos do homem, de uma perda de tempo. Antes ainda de desaparecerem da paisagem, os caminhos desapareceram da alma humana: o homem já não sente o desejo de caminhar e de extrair disso um prazer. E também a sua vida ele já não vê como um caminho, mas como uma estrada: como uma linha conduzindo de uma etapa à seguinte, do posto de capitão ao posto de general, do estatuto de esposa ao estatuto de viúva. O tempo de viver reduziu-se a um simples obstáculo que é preciso ultrapassar a uma velocidade sempre crescente."
Milan Kundera
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
No fundo do copo...
De forma alguma sou livre… levanto o copo, observo o fundo e peço silenciosamente que todos os meus fados aceitem aquilo que sou e como sou… só assim conseguirei respirar e encher a mente de questões em que o tutor é a minha alma e o bom senso é o meu roteiro. Mas não te aproximes demais senão vou ter que partir como se tratasse de um magnetismo invertido, onde o vento desfaz o meu filamento, num acaso e vagueio observando transversalmente as pessoas nas suas jaulas sem imaginarem quem sou e de onde provenho, daí resulta a minha indignação mas só assim subsistirei! Sinto-me vivo, intenso e irrequieto, puro nos meus pensamentos e genuíno de sentimentos mas a estrada por onde caminhava desvanece, esmorece e ofusca-me os sentidos… desoriento-me e trilho por entre a mata nebulosa e perco-me novamente num bosque sombrio e sem saída. Mas deixem-me encontrar o rumo por entre as árvores e os espinhos que me golpeiam a percepção, isento de prudências e juízos que entendo mas que não me compreendem a mim…
domingo, 23 de setembro de 2007
Fechar os olhos...
Fecho os olhos e tudo fica escuro e silencioso… que paz de espírito, que lugar digno para a meditação e pura reflexão. Neste sítio os pensamentos brotam e voam percorrendo um espaço infinito e absoluto, às vezes sem sentido, sorridente, amargurado ou perdido, sem precisarem de uma razão, de uma justificação para existirem. Aqui relampejam momentos passados ou situações imaginárias, coisas absurdas ou cognições de génio… borboleteiam tons de cores figuradas e sensações excêntricas, onde o capricho é meu e a privacidade existe. Este é o meu reino, aqui sou rei e povo, juiz e arguido… neste espaço teorizo e altero os factos, sou a lei e dito as regras. Aqui tudo é possível, é o único local onde a palavra impossível não consta no dicionário, onde posso exercitar o talento e o engenho que me faz aguentar dia após dia o desatino da realidade, é o local onde me posso refugiar e fantasiar… e para isso só preciso fechar os olhos e tudo volta a ficar escuro e silencioso…
Eclipse...
Lamentável realidade que encobres uma verdade pouco desejada e manipulada, uma ocultação de factos, dissimulando aquilo que vemos, escondendo-se atrás de uma máscara sórdida, a fugir daquilo que realmente é, fantasiando o momento, gozando o instante… como é que se sentem confortáveis quando tudo à nossa volta expressa impureza, exprime desonestidade e falta de carácter.
Será da rude ignorância, do desejo de esquecer a amarga veracidade ou simplesmente do mero facto de conseguir coabitar com tantas injúrias, com tanto embuste e com tanta hipocrisia sem se importar com tal facto? Homologando tudo, aceitando todos os desafios e obstáculos que surgem na frente… resistindo a tudo excepto a tentação de poder mudar, de explorar e desfrutar outras oportunidades, outros espaços e outros destinos… onde tudo é diferente, onde eu sou eu, sem fachadas nem receios, onde teorizo e altero os factos, onde fecho os olhos e aspiro por mais… pelo infinito inesgotável, pelo minuto interminável, por uma felicidade que me tem fugido e por afastar este eclipse que me tem ensombrado…
"People only see what they are prepared to see..."
(Ralph Emerson)
Será da rude ignorância, do desejo de esquecer a amarga veracidade ou simplesmente do mero facto de conseguir coabitar com tantas injúrias, com tanto embuste e com tanta hipocrisia sem se importar com tal facto? Homologando tudo, aceitando todos os desafios e obstáculos que surgem na frente… resistindo a tudo excepto a tentação de poder mudar, de explorar e desfrutar outras oportunidades, outros espaços e outros destinos… onde tudo é diferente, onde eu sou eu, sem fachadas nem receios, onde teorizo e altero os factos, onde fecho os olhos e aspiro por mais… pelo infinito inesgotável, pelo minuto interminável, por uma felicidade que me tem fugido e por afastar este eclipse que me tem ensombrado…
"People only see what they are prepared to see..."
(Ralph Emerson)
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Rubbish...
Stop humping my judgment, feeling it with nonsense, making it straight minded, hollow and disorderly… Outrageous, shallow and bizarre… Stop wasting my spare time with sublime rubbish, shading it with noise and dust… Please cease these thoughts that keep interrupting my common sense, that disturb my reasonable opinions and drown my beliefs…
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Impasse...
Peço desculpa (aos meus caros leitores) por não ter alimentado nas últimas semanas este blog mas com o reinício do trabalho não tenho tido disponibilidade para escrever/reflectir… E as noites têm servido para outras coisas mais interessantes. :-)
Prometo voltar a publicar alguma coisa brevemente…
Um abraço
Prometo voltar a publicar alguma coisa brevemente…
Um abraço
domingo, 26 de agosto de 2007
Previsibilidade...
Quando a quantidade de certeza e o imaginável atinge a previsibilidade sórdida da convicção que tinha, tudo que poderá acontecer no futuro são meras derivações, onde deixa de existir o imprevisível absoluto e inevitável, onde a cegueira desfigurada desaparece e a fantasia utópica perde-se. Já tudo é susceptível e é isso que prevalece porque a raridade inaudita das acções de certas individualidades finou numa conclusão que há tempos já não é lícita. Mesmo assim subsistem pensamentos intraduzíveis que levam à obscuridade de sensações e a uma distracção da realidade corrente, que não consegue distinguir o talentoso do imbecil mas que esboça um sorriso autêntico, ausente de hipocrisias, de quem já antevia que as coisas terminassem desta forma, como sempre aconteceu e que prejudicam sempre alguém… quem será a próxima vítima?
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Esmola...
Não encontro as palavras exactas mas também não anseio cair nos mesmos erros porque continuo incompreendido, relutante, ingénuo e romanceio, fantasio acordado e divago por outros universos, em existências distantes à procura da balança, da ponderação, do equilíbrio que me harmonize as razões, as blasfémias do equívoco e a obstinação permanente. Contudo, apenas peço uma esmola, uma cura para esta solidão interna, alguém ou algo a que me possa agarrar, estabilizar e fugir destas intensas súplicas que me vão consumindo por dentro…
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Sedimentos...
As pegadas na areia, nos sedimentos que moldam as minhas impressões e afagam inexoravelmente o manto disperso de partículas espalhadas pela natureza e pelos mortais de forma deliberada ou involuntária… onde forçosamente, com a colaboração das vagas, do vento e dos rastos alheios, acabam por abafar os vestígios do rumo que tomei, do meu olhar sobre esse mundo e da minha visão sobre essa realidade. Agora persiste apenas na minha ilustre memória e para os restantes vai desvanecendo, aos poucos vai desaparecendo, morrendo lentamente porque já não encontra graça em si mesmo e já não representa um escravo do hábito…
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Conforto...
Fecho os olhos e vejo-me no local onde tudo terminou, sinto o cheiro da escuridão e num estado de coma impenetrável grito até ficar sem voz, afónico apenas ouço o meu eco, uma recordação ensurdecedora que saboreio com dissabor, talvez exagerado, provavelmente não! Agora sou livre e tento esquivar esse caminho, não ir por essa estrada tenebrosa à procura de cicatrizar os golpes que deixaste. Neste instante prefiro recordar tudo com um sorriso, amarelo e nem sempre autêntico mas com um esboço facial que simula a essência do contentamento com o qual gracejo a situação passada numa galhofa adornada mas que me conforta…
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Solidão...
A solidão, o exílio que também tem aspectos positivos, na qual permite uma reflexão, um distanciamento crítico ao nosso dia-a-dia, um momento de desígnio, de meditação e loucura. Um isolamento honesto num retiro momentâneo, rodeado do imaculado silêncio, de casto sossego onde longe de poeiras e terceiros amadureço as ideias, faço um juízo apropriado das opiniões e uma sentença adequada das atitudes. Estou num mundo que aparenta um deserto, onde tenho miragens, onde só enxergo um oásis imaginário e desidratado de fulgor mantenho-me neste casulo a sazonar até a metamorfose… e vou pagando o preço por ser nativo desta época cheia de liberdade, de autonomia e do nosso próprio egoísmo…
Não é a injustiça em si mesmo que nos fere, é o sermos vítimas dela…
(Pierre Nicole)
Não é a injustiça em si mesmo que nos fere, é o sermos vítimas dela…
(Pierre Nicole)
Dilúvio...
Que forma mais ingrata de começar as férias, nem sol, nem praia, nem mar, nem noite. Que dilúvio, que azáfama, enfiado em casa a remexer os meus demónios, a vaguear cerca dessa tormenta, desse esforço inglório onde ainda pressinto o odor a enxofre como se ainda estivesse entranhado no meu leito, no meu inferno. Procuro uma abstracção, uma forma de desfrutar este verão pantanoso mas nada ajuda, só encontro contrariedades, devo ter os deuses contra mim! Neptuno, Saturno, Minerva, Cupido, até Baco não tem aparecido em meu auxílio… mas que idiotice continuar a sacudir episódios que já deveriam estar esquecidos e sepultados, será falta de inteligência, falta de amor-próprio ou outro tipo de insatisfação relacionado com o desfecho ou com os factos ocorridos?
Ser inteligente é ser desconfiado, mesmo em relação a si próprio…
(Paul Léautaud)
Ser inteligente é ser desconfiado, mesmo em relação a si próprio…
(Paul Léautaud)
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Que será pior?...
Não sei o que será pior, não ser querido ou não desejar ninguém. O primeiro reflecte um estado de abandono, de mágoa, de afastamento ou substituição. O segundo espelha uma situação de indiferença, de frieza, uma apatia maçadora que recai numa existência difícil de imaginar, sem fervor e sem propósitos, um colossal trambolhão no abismo da insensibilidade.
É óbvio que não desejaria passar por nenhuma destas situações mas a vida é arbitrária e injusta, nem sempre obtemos aquilo que queremos mesmo que lutemos por isto ou contra aquilo. “Shit Happens” mas por vezes poderia ser evitada, contornada ou tida em conta quando sabemos que podemos ferir alguém, basta para isso pensar antes de agir, utilizar esse meio-neurónio que está a matutar sobre a “morte da bezerra” em algo útil. Outras vezes, tais atitudes são premeditadas, intencionadas e maliciosas…
Seja propositada ou não, é preferível receber uma pancada forte, fria mas única e sincera que passar por uma tortura desmedida e permanente que aparenta não ter fim. Antes a verdade nua e crua que uma mentira ou meia-verdade. Por outro lado, ficar numa solidão deliberada, num desinteresse irrevogável ou circunstancial, que vida é esta? Nada satisfaz na íntegra, somente agrada temporariamente, numa situação esporádica… também não quero isto, aspiro por mais, por uma felicidade eterna, junto de alguém que me compreenda, que me deseje e cujos objectivos e sentimentos sejam idênticos e recíprocos.
É óbvio que não desejaria passar por nenhuma destas situações mas a vida é arbitrária e injusta, nem sempre obtemos aquilo que queremos mesmo que lutemos por isto ou contra aquilo. “Shit Happens” mas por vezes poderia ser evitada, contornada ou tida em conta quando sabemos que podemos ferir alguém, basta para isso pensar antes de agir, utilizar esse meio-neurónio que está a matutar sobre a “morte da bezerra” em algo útil. Outras vezes, tais atitudes são premeditadas, intencionadas e maliciosas…
Seja propositada ou não, é preferível receber uma pancada forte, fria mas única e sincera que passar por uma tortura desmedida e permanente que aparenta não ter fim. Antes a verdade nua e crua que uma mentira ou meia-verdade. Por outro lado, ficar numa solidão deliberada, num desinteresse irrevogável ou circunstancial, que vida é esta? Nada satisfaz na íntegra, somente agrada temporariamente, numa situação esporádica… também não quero isto, aspiro por mais, por uma felicidade eterna, junto de alguém que me compreenda, que me deseje e cujos objectivos e sentimentos sejam idênticos e recíprocos.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Híbrido...
Conceitos contraditórios provocam em mim o desejo de amaldiçoar e ao mesmo tempo admirar o silêncio da noite, o cantar sedutor dos grilos, o entoar das árvores, o murmurar da brisa nocturna, o odor da terra humedecida, a suavidade do orvalho, ameno, emudecido, omisso da vista mas presente no tacto, o palpitar do músculo da vida… até a mosca que me zomba cerca dos ouvidos, inconveniente mas também bem-vinda, que me faz companhia neste instante de solidão, neste sítio ermo onde apenas habita alguém que já foi gente, a mosca atrevida e uma dúzia de aranhiços que fazem dos ângulos desta habitação o seu lar. Olho fixamente o tecto e ouço desatento o ruído da televisão, aéreo, num estado leviano e híbrido tento reflectir… nada sai, tudo se mantém igual… bem, igual não, parecido com o que era… não sei se saboreie mais uma loira ou se as deixe para amanhã, se devo sair esta noite mas nesta madrugada de segunda para terça-feira que noite mais tranquila está lá fora porque cá dentro está um reboliço, uma mescla de ideias alucinadas e inconformado ouço o latir dos cães da vizinhança, os felinos no telhado… tudo parece perturbar e que se lixe, vou sair, espairecer, nem que seja só para matar o tempo, cansar o corpo e descansar a alma. Amanhã é outro dia, outra insónia e outra noite semelhante às restantes.
Tolice...
Não estou maluco! Doido, eu? Insano? Estarei? Existirá outra forma de levar a tolice ou será este o meu estado normal? Terei atitudes e pensamentos considerados invulgares pela sociedade? Será resultado de alguma insanidade mental ou estarei meramente a ser julgado de forma diferente pelos outros?
Procuro teimosamente um tratamento eficaz para estes distúrbios mas infelizmente tenho noção da realidade e do meu problema, desta neurose incómoda, ou será mais do que isso? Poderá ser uma fuga da realidade, a loucura propriamente dita? E a razão, esta palavra, esta loucura que é de todos, que nos pertence e que nos conduz à insensatez, à confusão incessante, à imbecilidade intransigente… assim pensam os restantes indivíduos! Os outros, aqueles que ainda se julgam sadios… coitados ainda não se inteiraram da sua demência.
Procuro teimosamente um tratamento eficaz para estes distúrbios mas infelizmente tenho noção da realidade e do meu problema, desta neurose incómoda, ou será mais do que isso? Poderá ser uma fuga da realidade, a loucura propriamente dita? E a razão, esta palavra, esta loucura que é de todos, que nos pertence e que nos conduz à insensatez, à confusão incessante, à imbecilidade intransigente… assim pensam os restantes indivíduos! Os outros, aqueles que ainda se julgam sadios… coitados ainda não se inteiraram da sua demência.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Engenharia...
Engenharia é a arte de aplicar princípios científicos e matemáticos, experiência e senso comum de forma a beneficiar o Homem. Dizem que os Engenheiros solucionam problemas… hum? E se há problemas que não têm solução, teimosias incompreensíveis, gente que não aprende… para que servem os engenheiros nessa ocasião? Por muito cauteloso, sensato e racional que seja, por muito que tente, há questões demasiado misteriosas e impenetráveis, há sempre aquele lado sombrio que ninguém compreende, impossível de assimilar, difícil de reformular, birrento por reflectir! Que fazer nessas situações? Simplesmente devo renunciar a sua resolução, devo mantê-lo em estado hibernoso ou devo meramente ignorá-lo? Como engenheiro condeno estas incertezas e é custoso deixar discussões em aberto, entre linhas, num entrave emperrado que me impede de raciocinar correctamente, é aquela espinha atravessada na garganta que nem com pão e água desengata, é aquele pico encravado na pele que continua a picar dia após dia, mês após mês e que parece não desaparecer. A vida continua… sim é verdade mas subsiste indefinidamente uma ponta que fica para trás, que não me satisfaz como ser, que não me liberta a alma… vou vivendo o dia, evitando complicações, fugindo do passado, sem grandes objectivos para o futuro, tomando decisões na hora, sem pensar muito no destino e nos rumos a percorrer… e vou meditando, pode ser que um dia consiga chegar a alguma conclusão…
terça-feira, 17 de julho de 2007
Mente-se...
"Mente-se por tudo e por nada. Mente-se para não incomodar nem afligir, para não se ser demasiado agressivo ou brutal, para não se dar má impressão, para não humilhar o outro; mente-se até para se ser simpático e corresponder ao que o outro ou a situação propiciam."
Isabel Leal
Isabel Leal
domingo, 15 de julho de 2007
Derrota...
"De repente, fugir tornou-se uma dignidade. Já ninguém aguenta uma derrota. A persistência; a determinação e, sobretudo, a bendita paciência são hoje qualidades desprezíveis. Aguentar e esperar pela próxima oportunidade consideram-se teimosias gananciosas; arrogâncias; estupidezes."
Miguel Esteves Cardoso
Denominação...
Ultimamente têm-me pedido para modificar a denominação do blog, referem que já está desactualizado ou que não devia ser tão saudoso… por um lado até compreendo e concordo com estas individualidades mas por outro… não sei, apenas entendo que enquanto reprimir um agregado de sentimentos, enquanto sentir saudades daquela febre que nunca descansa, enquanto me faltar calor humano ao ponto culminante de quase desistir, enquanto me sentir só, sem saber para que lado me devo dirigir e enquanto me sentir num estado incompleto, meio acinzentado e sombrio onde vou procurando aproveitar as sobras de felicidade que me oferecem e me lanço à luta em busca do triunfo, expondo-me ao insucesso, incrédulo, onde o meu abismo é um céu para quem não sente culpa de nada… vou, por enquanto, mantendo o título, o “amargurado”, este local nefasto e perturbado… mas até quando?
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Trova...
Como invejo não ser completamente arrojado e imprudente, simplório e ingénuo, inconsciente e desconhecedor do perigo, de não ser um espírito livre e difamado, menosprezando a tolice dos demais… ao invés tomo atitudes independentes e cautelosas, sou minucioso na arte de reflectir e actuar, e zelo, por vezes, demasiado por mim e pelos sentimentos dos outros, opino excessivamente sobre os juízos que possam fazer de mim e pela inconfortável justificação de quem aldraba descaradamente. Que lamentação, que trova efémera que, um dia, provavelmente, dará asas ao regresso em força do génio da meditação, da ponderação compassiva e de outras fortunas.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Ambiguidade...
Ó ambiguidade… que hesitação em tomar decisões, em pisar o risco, em provocar um deslize intencional. Odeio esta instabilidade, detesto desconhecer o vindouro e renego o infortúnio… maldigo a falta de firmeza, a escassez de equilíbrio e de propósitos.
Como gostaria de governar eficazmente os meus pensamentos, de ter forças para defrontar os dissabores do amanhã e de afogar as amarguras de ontem. Como apreciaria esquecer os incidentes entreabertos que tendem a ficar presos entre duas resoluções, numa indecisão permanente, numa angustiosa expectativa…
Sinto que resido numa insónia inalterável, numa vivência deturpada, numa indolência que me aprisiona… onde, ocasionalmente, talho na imaginação aquilo que poderia ter sido se abraçasse outro rumo, se não me transformasse num escravo da rotina, se esquivasse os conselhos sensatos… e neste momento, qual será a janela para a razão? Devo usufruir dos brindes que brotam, seguir um fado incerto ou perpetuar a lembrança?
Como gostaria de governar eficazmente os meus pensamentos, de ter forças para defrontar os dissabores do amanhã e de afogar as amarguras de ontem. Como apreciaria esquecer os incidentes entreabertos que tendem a ficar presos entre duas resoluções, numa indecisão permanente, numa angustiosa expectativa…
Sinto que resido numa insónia inalterável, numa vivência deturpada, numa indolência que me aprisiona… onde, ocasionalmente, talho na imaginação aquilo que poderia ter sido se abraçasse outro rumo, se não me transformasse num escravo da rotina, se esquivasse os conselhos sensatos… e neste momento, qual será a janela para a razão? Devo usufruir dos brindes que brotam, seguir um fado incerto ou perpetuar a lembrança?
sábado, 7 de julho de 2007
Vou caminhando...
Vou caminhando por aí, trilhando, jornada após jornada, meio sem rumo, meio sem jeito, à procura de orientação. É como perder a bússola, é uma pedra no sapato que me faz atrasar o passo, que não me deixa andar direito, que me faz cambalear, que me faz despistar, que me faz sair do percurso.
São estas coisas que me incomodam, que me tiram o descanso… um estorvo que atrapalha, uma passividade para com a vida, este comportamento indiferente e apático aborrece-me, tal como os hábitos antigos e a ausência de ruído… às vezes sinto necessidade de ausência, de afastamento, outras vezes procuro simplesmente experimentar outra rotina, outro sabor, outra cor…
Por vezes é preciso saber calar, surpreender os outros com o meu silêncio e quietude. Resta-me a eterna busca pelas respostas às minhas interrogações existenciais, abandonar o passado e tentar abraçar o futuro... não sei quando nem sei como... só sei que vai ser difícil voltar a sentir confiança em mim mesmo...
São estas coisas que me incomodam, que me tiram o descanso… um estorvo que atrapalha, uma passividade para com a vida, este comportamento indiferente e apático aborrece-me, tal como os hábitos antigos e a ausência de ruído… às vezes sinto necessidade de ausência, de afastamento, outras vezes procuro simplesmente experimentar outra rotina, outro sabor, outra cor…
Por vezes é preciso saber calar, surpreender os outros com o meu silêncio e quietude. Resta-me a eterna busca pelas respostas às minhas interrogações existenciais, abandonar o passado e tentar abraçar o futuro... não sei quando nem sei como... só sei que vai ser difícil voltar a sentir confiança em mim mesmo...
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Elogio ao amor...
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
(Obrigado amiga... por me teres enviado isto... adorei!)
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Matrimónio...
Só de pensar que considerei contrair matrimónio com aquela anomalia da sociedade, com aquela aberração da natureza, dá-me náuseas… até os cachorros conseguem ser mais fiéis e os restantes seres são pelo menos honestos em relação às suas atitudes e posições perante as adversidades.
O embaraço não devia ser a aliança, o problema estaria em ela andar com a aliança na mão e isso realmente não se faz… pelos nomes chamados, pela reputação, pela conduta e comportamentos que teve, deveria usar na pata! E colocar uma aliança na pata deve ser uma tarefa habilidosa e engenhosa, quase inexequível e inglório para o comum mortal… é capaz de não passar nas unhas!
O matrimónio, esse vínculo, o nó que deveria simbolizar uma relação entre duas criaturas na qual a independência seria igual, a dependência seria mútua e a obrigação recíproca… Onde está? Olho em meu redor e deparo com um compromisso ilusório e em desmoronamentos constantes e inesperados… Será que perdeu significado ou estará a humanidade a sofrer com o progresso descontrolado e hipócrita? Assim é difícil assimilar e mais uma vez volto a afirmar: “Anda tudo parvo!”…
Mas sinceramente, que tema mais desinteressante, de escassa importância neste momento, que está quase extinto… todavia, por vezes, surge a assombrar, a zombar, a ludibriar os meus inestimáveis pensamentos e carece de uma paulada, precisa levar com a pá pelos “cornos” abaixo porque aparenta estar mal enterrado e necessita de uma ajudinha, de um empurrão para que desapareça de uma vez por todas.
O embaraço não devia ser a aliança, o problema estaria em ela andar com a aliança na mão e isso realmente não se faz… pelos nomes chamados, pela reputação, pela conduta e comportamentos que teve, deveria usar na pata! E colocar uma aliança na pata deve ser uma tarefa habilidosa e engenhosa, quase inexequível e inglório para o comum mortal… é capaz de não passar nas unhas!
O matrimónio, esse vínculo, o nó que deveria simbolizar uma relação entre duas criaturas na qual a independência seria igual, a dependência seria mútua e a obrigação recíproca… Onde está? Olho em meu redor e deparo com um compromisso ilusório e em desmoronamentos constantes e inesperados… Será que perdeu significado ou estará a humanidade a sofrer com o progresso descontrolado e hipócrita? Assim é difícil assimilar e mais uma vez volto a afirmar: “Anda tudo parvo!”…
Mas sinceramente, que tema mais desinteressante, de escassa importância neste momento, que está quase extinto… todavia, por vezes, surge a assombrar, a zombar, a ludibriar os meus inestimáveis pensamentos e carece de uma paulada, precisa levar com a pá pelos “cornos” abaixo porque aparenta estar mal enterrado e necessita de uma ajudinha, de um empurrão para que desapareça de uma vez por todas.
A verdadeira loucura talvez não seja mais do que a própria sabedoria que, cansada de descobrir as vergonhas do mundo, tomou a inteligente resolução de enlouquecer...
(Heinrich Heine)
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Pequeno-almoço...
O pequeno-almoço ou desjejum descreve a quebra do jejum involuntário mantido durante o sono, durante um adormecimento inconsciente mas de certo modo necessário, indispensável neste período de luto. A palavra também deu origem à expressão breakfast que retém o significado original do latim (quebra-jejum)... Realmente foi isso, foi o desenguiçar, foi voltar à actividade, foi de certa forma renascer para a vida, quebrar a abstinência… foi reviver sensações e momentos que dava como perdidos, errantes, ápices longínquos que reencontrei num acaso, em alguém que estava tão necessitado como eu para desfrutar da primeira e mais importante refeição do dia. Sinto que estou numa boa fase, numa boa maré… pode não ser nada, pode não ter futuro mas tem muito significado nesta ocasião, neste instante… e é tudo o que me faz falta, é o meu alicerce, é a alavanca para uma existência jovial… Bom apetite!
Escrevemos porque ninguém nos ouve…
(Georges Perros)
Escrevemos porque ninguém nos ouve…
(Georges Perros)
domingo, 1 de julho de 2007
Discrição...
Tantos acontecimentos têm florescido em tão pouco tempo que nem sei o que publicar… talvez seja do cansaço ou do abuso de drogas lícitas desta sociedade que me têm mantido desperto num transe desinibido mas assustador ou será da inquietude de não saber o que fazer, da confusão, desta agitação momentânea à volta do meu ser.
Neste momento prefiro manter a discrição, a prudência como precaução de um juízo que pode ser menos próprio, sem querer pisar ninguém, sem me magoar a mim e sem ferir susceptibilidades.
Apenas sei que os diálogos que tenho tido, os sorrisos que espalharam, os convívios, a delicadeza das tuas mãos e o abraço foram dóceis e eram o que precisava… Obrigado.
Neste momento prefiro manter a discrição, a prudência como precaução de um juízo que pode ser menos próprio, sem querer pisar ninguém, sem me magoar a mim e sem ferir susceptibilidades.
Apenas sei que os diálogos que tenho tido, os sorrisos que espalharam, os convívios, a delicadeza das tuas mãos e o abraço foram dóceis e eram o que precisava… Obrigado.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Sombra II...
Onde me perdi… onde busco por entre as brumas espinhosas da mente um percurso, onde procuro fugir à névoa cerrada que me desorienta, que não me permite encontrar a passagem para uma trajectória ascendente, para uma quietação progenitora, para o sossego espiritual… ilumina-me o caminho, mostra-me o “yellow brick road” que me guia para o feiticeiro de Oz, para esse mago, esse amigo, esse sábio que sabe tudo, que tem a resposta universal, que deve ter a solução para o meu delírio, para sanar a amargura, para travar a minha dor…
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Sombra...
A sombra, esta região obscura formada pela ausência de luminosidade, causada pela existência de um obstáculo… uma caverna escura onde se encontram hospedados os nossos conflitos interiores, os nossos desencantos, os nossos receios, as nossas amarguras, os nossos desconfortos… onde no nosso subconsciente existe uma resistência que nos encaminha para uma repetição sórdida de escuridão, para um ego rude, para uma personalidade imoral e violenta onde não podes ver o que és, onde só vês a tua sombra, onde temos comportamentos que normalmente não teríamos, onde estamos fora de controle… É uma fracção primitiva do homem, onde desconfiamos da própria sombra, onde somos mais uma sombra por entre sombras… onde me perdi!
A Desordem da Minha Natureza...
"Descobri que a minha obsessão de que cada coisa estivesse no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente ordenada mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, mas como reacção contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que passo por prudente por ser pessimista, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que não se saiba que pouco me importa o tempo alheio. Descobri, por fim, que o amor não é um estado de alma mas um signo do Zodíaco."
"Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas, e quem as mereça não te farão chorar..."
Gabriel Garcia Marquez
Silencioso...
Cada vez estou mais convencido que vivemos numa sociedade desamparada, cheia de silêncios e órfã de clareza, numa realidade distorcida onde a mentira é valorizada e a manipulação psicológica é diária e constante… onde o medo de enlouquecer é, no final de contas, o receio de nos convertermos noutra pessoa, desigual e contraditória… incontornável, incoerente e demasiado semelhante aos outros…
terça-feira, 26 de junho de 2007
Damn!...
Malditos pensamentos indomesticáveis, calúnias da mente, amaldiçoada seja a meditação inoportuna, inconveniente para todos e fatal para mim, que sentimento maçador e despropositado… que praga, que blasfémia para a alma!
Murmuro ensurdecedor, desaparece! Liberta-me! Deixa de sussurrar lembranças nefastas e efémeras e concentra-te no amanhã, esquece as fantasias de um louco que trovejam na insensatez deste frágil ser… embriagado de espírito, num aguaceiro constante e inseguro que percorre uma face débil, que escorre pela sinuosidade da pele, camuflada, dissimulada, imperceptível para os demais…
Por vezes só me apetece berrar: Damn! Dammit! Dammit all!
Murmuro ensurdecedor, desaparece! Liberta-me! Deixa de sussurrar lembranças nefastas e efémeras e concentra-te no amanhã, esquece as fantasias de um louco que trovejam na insensatez deste frágil ser… embriagado de espírito, num aguaceiro constante e inseguro que percorre uma face débil, que escorre pela sinuosidade da pele, camuflada, dissimulada, imperceptível para os demais…
Por vezes só me apetece berrar: Damn! Dammit! Dammit all!
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Jornada...
Só numa jornada silenciosa, numa cruzada sem bagagem, sem a intervenção dos demais, é que realmente entendemos a limpidez dos actos e a clareza de sentimentos… qualquer outro tipo de jornada é mera poeira, sujidade atirada para os olhos com o intuito de ofuscar a veracidade e autenticidade dos feitos.
Como é notável e deveras superior aos sentidos corpóreos os nossos devaneios, o intelecto, o olho espiritual que vê para além do perceptível, que vê o imaginável e foge à superficialidade de nexos aprisionados e misteriosos, que desvenda frinchas e graças onde colhemos mais do que buscamos… só assim a paz irá florescer em nós, transitando a energia de tormentas passadas num rescaldo prodigioso e olímpico, numa química assombrosa repleta de tesouros por desvendar.
Qualquer insensato(a) consegue deitar-nos abaixo como se de árvores tratasse de abater, e como estamos enraizados nas nossas preces, nas nossas vontades, nos nossos corações… não podemos fugir, e mesmo que pudéssemos seríamos igualmente destruídos, perseguidos e derrubados por uma vontade imprudente, insensível e cruel de quem age por ignorância ou de quem engenhosamente actua pelo simples prazer de arruinar o templo e a poesia que existia, de provocar dor a quem nunca lhe fez mal, sem se aperceber que nada está exclusivamente só e que tudo está interligado neste universo provocando uma série, uma sucessão de reacções em cadeia… pois tudo flúi, tudo segue um percurso e por mais persuasivo ou penoso que seja… procuramos sempre atalhos, e quem se mete em atalhos...
Os loucos abrem os caminhos que depois emprestam aos sensatos…
(Carlo Dossi)
Como é notável e deveras superior aos sentidos corpóreos os nossos devaneios, o intelecto, o olho espiritual que vê para além do perceptível, que vê o imaginável e foge à superficialidade de nexos aprisionados e misteriosos, que desvenda frinchas e graças onde colhemos mais do que buscamos… só assim a paz irá florescer em nós, transitando a energia de tormentas passadas num rescaldo prodigioso e olímpico, numa química assombrosa repleta de tesouros por desvendar.
Qualquer insensato(a) consegue deitar-nos abaixo como se de árvores tratasse de abater, e como estamos enraizados nas nossas preces, nas nossas vontades, nos nossos corações… não podemos fugir, e mesmo que pudéssemos seríamos igualmente destruídos, perseguidos e derrubados por uma vontade imprudente, insensível e cruel de quem age por ignorância ou de quem engenhosamente actua pelo simples prazer de arruinar o templo e a poesia que existia, de provocar dor a quem nunca lhe fez mal, sem se aperceber que nada está exclusivamente só e que tudo está interligado neste universo provocando uma série, uma sucessão de reacções em cadeia… pois tudo flúi, tudo segue um percurso e por mais persuasivo ou penoso que seja… procuramos sempre atalhos, e quem se mete em atalhos...
Os loucos abrem os caminhos que depois emprestam aos sensatos…
(Carlo Dossi)
domingo, 24 de junho de 2007
Vencer o Medo...
"Parecemos estar hoje animados quase exclusivamente pelo medo. Receamos até aquilo que é bom, aquilo que é saudável, aquilo que é alegre. E o que é o herói? Antes de mais, alguém que venceu os seus medos. É possível ser-se herói em qualquer campo; nunca deixamos de reconhecer um herói quando este aparece. A sua virtude singular é o facto de ele ser um só com a vida, um só consigo próprio. Tendo deixado de duvidar e de interrogar, acelera o curso e o ritmo da vida. O cobarde, par contre, procura deter o fluxo da vida. E claro que não detém nada, a menos que se detenha a si próprio. A vida continua sempre a avançar, quer nos portemos como cobardes, quer nos portemos como heróis. A vida não impõe outra disciplina - se ao menos o soubéssemos compreender! - para além de a aceitarmos tal como é. Tudo aquilo a que fechamos os olhos, tudo aquilo de que fugimos, tudo aquilo que negamos, denegrimos ou desprezamos, acaba por contribuir para nos derrotar. O que nos parece sórdido, doloroso, mau, poderá tornar-se numa fonte de beleza, alegria e força, se o enfrentarmos com largueza de espírito. Todos os momentos são momentos de ouro para os que têm a capacidade de os ver como tais. A vida é agora, são todos os momentos, mesmo que o mundo esteja cheio de morte. A morte só triunfa ao serviço da vida."
Henry Miller
Henry Miller
Coisas...
Publico neste blog para todos, para aqueles que julgo que me apreciam, para os que imagino que me repudiam, que me desprezam e para os desconhecidos que por cá vagueiam... Sim, eu julgo, ajuízo e condeno, sentencio, tomo as minhas próprias conclusões sobre as pessoas, sobretudo no que diz respeito ao que elas acham de mim ou do que elas não acham, ao que significam para mim e o que eu significo para elas. Acredito ter julgado correctamente e neste momento não quero ter dúvidas, incertezas ou hesitações sobre isso… logo agora, neste momento de ressaca, de recuperação, de reassumir o percurso de vida que outrora perdi…
Sim provoquei, sei que irritei, entristeci e enfureci, azedei e enfadei… e se fizer falta continuarei sem remorsos, sem arrependimento e quero que aqueles a quem desejei e que cruelmente me rejeitaram de forma desumana e desonesta que tenham a sensação todas as noites que o meu espírito lhes persegue, lhes zomba a consciência, quero que tenham pesadelos com a imagem enojante da minha escrita para o resto da sua existência! Quero que jamais me esqueçam, se não é pelo bem que lhes fiz, que seja pela retaliação ao mal que me fizeram!
Queria não pensar excessivamente e em certas coisas nunca. Aliás, queria que certas coisas não existissem, que sumissem, isso simplificaria bastante as restantes coisas, o que sobra. Já são demasiados os “quês” nos quais pensar, continuo com medo de mim e tenho receio de tudo, tenho pavor de passar pelas mesmas coisas porque a minha alma permanece viciada, enferma, persiste na demência, no matutar destes acontecimentos, destas coisas de forma repetitiva e doentia mas que tem que acabar, tem que se extinguir, tem que finar… É algo que já me cansa, me enfastia e aborrece…
Elimine o impossível, e o que restar, por mais improvável que pareça, deve ser verdade…
(Sherlock Holmes)
Sim provoquei, sei que irritei, entristeci e enfureci, azedei e enfadei… e se fizer falta continuarei sem remorsos, sem arrependimento e quero que aqueles a quem desejei e que cruelmente me rejeitaram de forma desumana e desonesta que tenham a sensação todas as noites que o meu espírito lhes persegue, lhes zomba a consciência, quero que tenham pesadelos com a imagem enojante da minha escrita para o resto da sua existência! Quero que jamais me esqueçam, se não é pelo bem que lhes fiz, que seja pela retaliação ao mal que me fizeram!
Queria não pensar excessivamente e em certas coisas nunca. Aliás, queria que certas coisas não existissem, que sumissem, isso simplificaria bastante as restantes coisas, o que sobra. Já são demasiados os “quês” nos quais pensar, continuo com medo de mim e tenho receio de tudo, tenho pavor de passar pelas mesmas coisas porque a minha alma permanece viciada, enferma, persiste na demência, no matutar destes acontecimentos, destas coisas de forma repetitiva e doentia mas que tem que acabar, tem que se extinguir, tem que finar… É algo que já me cansa, me enfastia e aborrece…
Elimine o impossível, e o que restar, por mais improvável que pareça, deve ser verdade…
(Sherlock Holmes)
Caçada...
A Caçada, essa perseguição de um animal a outro, geralmente com intenção de abate, de supressão. Essa prática utilizada pelos carnívoros para obtenção de alimento, de um desejo, de uma satisfação. As emboscadas, perseguições em velocidade ou trabalho em grupo, em bandos ou seitas, sempre visando os mais frágeis em favor de sua dita sobrevivência, da sua supremacia, sem olhar a meios, desconsiderando o respeito pelos demais, contaminando a moralidade e a lealdade.
O instinto de caçar sempre esteve presente no ser humano, é um instinto tão espontâneo que pode ser facilmente observado logo na primeira infância.
A facilidade, a destreza da caça à noite, à candeia, em que as bruxas parecem donzelas, onde a beleza e a perfeição ganham forma, em que se é livre, solto de compromissos éticos, onde a caçada até faz sentido, onde há receio, há perseguição alcoolizada e a adrenalina nos presenteiam com uma satisfação momentânea, com um contentamento apaziguador e com uma sensação de soberania, de ascensão a realeza e ao poder celestial.
Estas proezas e desventuras, a irreflexão da caçada, as vivências na noite acabam por ser doces para quem a vida é amarga onde podemos proferir tudo de forma irracional, mentir, trair e ocultar a realidade porque as palavras de noite não servem para a manhã, porque são promessas insensatas e levianas.
Nestes instantes não há cansaço para o predador porque se uma boa ideia consegue mantê-lo acordado durante a manhã, uma aparente grande ideia irá mantê-lo acordado durante toda a noite e quanto maior é o desejo, maior é o prazer em satisfazê-lo, em agradar uma alma ferida que procura um carinho por mais ínfimo que seja. Obrigado criatura da noite…
Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão…
(Madre Teresa de Calcutá)
O instinto de caçar sempre esteve presente no ser humano, é um instinto tão espontâneo que pode ser facilmente observado logo na primeira infância.
A facilidade, a destreza da caça à noite, à candeia, em que as bruxas parecem donzelas, onde a beleza e a perfeição ganham forma, em que se é livre, solto de compromissos éticos, onde a caçada até faz sentido, onde há receio, há perseguição alcoolizada e a adrenalina nos presenteiam com uma satisfação momentânea, com um contentamento apaziguador e com uma sensação de soberania, de ascensão a realeza e ao poder celestial.
Estas proezas e desventuras, a irreflexão da caçada, as vivências na noite acabam por ser doces para quem a vida é amarga onde podemos proferir tudo de forma irracional, mentir, trair e ocultar a realidade porque as palavras de noite não servem para a manhã, porque são promessas insensatas e levianas.
Nestes instantes não há cansaço para o predador porque se uma boa ideia consegue mantê-lo acordado durante a manhã, uma aparente grande ideia irá mantê-lo acordado durante toda a noite e quanto maior é o desejo, maior é o prazer em satisfazê-lo, em agradar uma alma ferida que procura um carinho por mais ínfimo que seja. Obrigado criatura da noite…
Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão…
(Madre Teresa de Calcutá)
sábado, 23 de junho de 2007
Carta aos amigos...
"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso mas certamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais se detêm, despertaria quando os outros dormem.
Escutaria quando os demais falam, e como desfrutaria um bom sorvete de chocolate! Se Deus me obsequiasse com um pedaço de vida, vestiria simples, me atiraria de bruços ao solo, deixando descoberto, não apenas o meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo, esperaria que saísse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria com minhas lágrimas as rosas, para sentir a dor de seus espinhos, e o encarnado beijo de suas pétalas...
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer as pessoas que quero, que as quero. Convenceria a cada mulher e cada homem de que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens lhes provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar! À criança lhe daria asas, porém deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos lhes ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas tenho aprendido de vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas coisas as que tenho podido aprender de vocês, porém realmente de muito não haverão de servir, porque quando me guardarem dentro dessa mala, infelizmente estarei morrendo."
Escutaria quando os demais falam, e como desfrutaria um bom sorvete de chocolate! Se Deus me obsequiasse com um pedaço de vida, vestiria simples, me atiraria de bruços ao solo, deixando descoberto, não apenas o meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo, esperaria que saísse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria com minhas lágrimas as rosas, para sentir a dor de seus espinhos, e o encarnado beijo de suas pétalas...
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer as pessoas que quero, que as quero. Convenceria a cada mulher e cada homem de que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens lhes provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar! À criança lhe daria asas, porém deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos lhes ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas tenho aprendido de vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas coisas as que tenho podido aprender de vocês, porém realmente de muito não haverão de servir, porque quando me guardarem dentro dessa mala, infelizmente estarei morrendo."
Gabriel Garcia Marquez
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Chega de amarguras...
Chegou o verão, o sol, o calor, a praia, os bikinis :-) ... e as bejecas...
Para já chega de amarguras... mas sempre que me sentir em baixo, presenciar uma injustiça ou estiver num momento de reflexão profunda ou alcoolizado volto a publicar... até já!
Quem vive de amor ausente vai morrendo de saudade...
Para já chega de amarguras... mas sempre que me sentir em baixo, presenciar uma injustiça ou estiver num momento de reflexão profunda ou alcoolizado volto a publicar... até já!
Quem vive de amor ausente vai morrendo de saudade...
Nódoa...
Ai nódoa, mancha desbotado, ó selo incómodo… Afasta-te pingo de sujidade, crosta imunda, côdea apodrecida, excremento que me fazes sombra, que me escureces o pensamento, que me contaminas o cérebro… Evapora-te coisa mesquinha, alienígena contagiosa, forasteira endiabrada, parte para a tua insignificante terra, para o local onde nasceste, para o berço de onde saíste, para bem longe daqui… Leva contigo os teus males, as mágoas e inquietações, a ruína e as calúnias que arrasam o homem, que o levam para a perdição, que o deixam na inexactidão!
Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos…
Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos…
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Destino, Acaso ou Coincidência...
Pensamentos em branco, o vazio, o oco, a ausência de raciocínio, o enfado, o aborrecimento que preenche o meu espírito. Não sei que fazer, qual é o meu destino, o meu papel nesta vida, nesta existência como ser, como criatura num mundo imundo repleto de imoralidades, de perfídias, de debilidades…
Todos dizem que cada um é autor do seu próprio destino mas depois de traçado nem os deuses lutam contra ele, nem que seja para serem ignorados ou caluniados… aliás, o futuro é construído pelas nossas decisões, inconstantes e alteráveis, em que cada acontecimento influencia todos os outros e o futuro permanece escondido até das pessoas que o fazem. Mas será que tudo tem um propósito ou será que as segundas intenções estão presentes em todo o lado? Não sei… apenas sei que o acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele e o acaso só favorece os espíritos que estão preparados para o receber… Não foi o meu caso, sempre confiei nas pessoas que me eram queridas e nunca esperaria delas a crueldade dos seus actos.
Agora há que vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso, sem objectivos, sem raízes, sem um propósito, sem uma finalidade… o que está feito, feito está. Agora é preciso ter força e quer queiramos quer não, a nossa vida resume-se a uma sucessão de instantes passageiros encarcerados entre o “tudo” que ficou para trás e o “nada” que temos pela frente. Definitivamente, neste mundo não há lugar para as coincidências, para os acasos nem para as probabilidades… há lugar para os aproveitadores, os inconsequentes ou os imbecis…
Devia-se nascer velho, começar pela sabedoria, para decidir o seu destino...
(Ana Blandiana)
Todos dizem que cada um é autor do seu próprio destino mas depois de traçado nem os deuses lutam contra ele, nem que seja para serem ignorados ou caluniados… aliás, o futuro é construído pelas nossas decisões, inconstantes e alteráveis, em que cada acontecimento influencia todos os outros e o futuro permanece escondido até das pessoas que o fazem. Mas será que tudo tem um propósito ou será que as segundas intenções estão presentes em todo o lado? Não sei… apenas sei que o acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele e o acaso só favorece os espíritos que estão preparados para o receber… Não foi o meu caso, sempre confiei nas pessoas que me eram queridas e nunca esperaria delas a crueldade dos seus actos.
Agora há que vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso, sem objectivos, sem raízes, sem um propósito, sem uma finalidade… o que está feito, feito está. Agora é preciso ter força e quer queiramos quer não, a nossa vida resume-se a uma sucessão de instantes passageiros encarcerados entre o “tudo” que ficou para trás e o “nada” que temos pela frente. Definitivamente, neste mundo não há lugar para as coincidências, para os acasos nem para as probabilidades… há lugar para os aproveitadores, os inconsequentes ou os imbecis…
Devia-se nascer velho, começar pela sabedoria, para decidir o seu destino...
(Ana Blandiana)
terça-feira, 19 de junho de 2007
Acontece...
Sei que custa ouvir a verdade e sei que custa reconhecer o erro mas enfrentar a verdade ou o equívoco é que é digno de pessoas nobres e sérias. Fugir é fácil, tentar esquecer e apagar os contactos, a lembrança, a memória parece ser a solução, parece ser a chave de uma porta sem fechadura, difícil de trancar, pelo menos para quem tem consciência e consegue ou pelo menos tenta distinguir o justo do injusto.
Infelizmente, há quem não aprenda e caia sempre nos mesmos erros… em que as promessas, os momentos de juramento e voto não significam nada, onde é permitido que a língua ultrapasse o pensamento, onde é desprezada a palavra, onde se tem ou não a noção que o que se diz hoje já não é válido para amanhã...
Antes o silêncio que ouvir falsas promessas ou interpretar mal o vocabulário libertado por tais criaturas. E depois vem a célebre e afamada expressão: “Acontece! São coisas que acontecem…”, que desculpa mais esfarrapada que precisa de argumentos, de muletas para acreditarem nela ou nas coincidências incoerentes, nos acasos contraditórios...
Nem todos podemos ser génios, milionários ou afortunados da sociedade. Mas todos podemos ter respeito, alta escala de valores e qualidades de espírito. Estas são as verdadeiras riquezas de qualquer pessoa.
Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará…
(Sócrates)
Infelizmente, há quem não aprenda e caia sempre nos mesmos erros… em que as promessas, os momentos de juramento e voto não significam nada, onde é permitido que a língua ultrapasse o pensamento, onde é desprezada a palavra, onde se tem ou não a noção que o que se diz hoje já não é válido para amanhã...
Antes o silêncio que ouvir falsas promessas ou interpretar mal o vocabulário libertado por tais criaturas. E depois vem a célebre e afamada expressão: “Acontece! São coisas que acontecem…”, que desculpa mais esfarrapada que precisa de argumentos, de muletas para acreditarem nela ou nas coincidências incoerentes, nos acasos contraditórios...
Nem todos podemos ser génios, milionários ou afortunados da sociedade. Mas todos podemos ter respeito, alta escala de valores e qualidades de espírito. Estas são as verdadeiras riquezas de qualquer pessoa.
Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará…
(Sócrates)
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Reflexão...
Pareceu-me que os últimos posts, que os últimos textos que coloquei, mexerem com os sentimentos de muita gente. Nunca julguei que o meu humilde blog tivesse tanto impacto, qualquer dia torna-se num best-seller. Este é o meu local de desabafo, é o meu confessionário e se houve intenção de magoar alguém sabes muito bem que foi dirigida a ti e só a ti, há outras pessoas também envolvidas mas quem me conhece sabe que não é pelo guito, sabe que não piso ninguém intencionalmente, a não ser que seja numa atitude de reflexo, de resposta a algo que me fizeram, quem me conhece sabe que apenas quero que me respeitem, que não me enganem e que não gozem com os meus sentimentos e valores.
Se feri a sensibilidade de mais alguém, não tenho vergonha de pedir desculpa como já fiz, de dar a cara e com frontalidade explicar o meu ponto de vista ou dizer que errei. Não sou como certas pessoas que fogem aos problemas, aos compromissos ou vivem diariamente camufladas num enredo sequencial e exponencial de aldrabices, num ciclo vicioso de falsidades. E não se esqueçam, em cada história há duas versões, há esta que lêem aqui e a outra… E para julgar bem é necessário conhecer e interpretar bem as duas, por vezes o que se lê é mal interpretado mas estou e sempre estive disposto a esclarecer as incertezas que tenham, não julguem ninguém antecipadamente.
Sei que também não sou um perfeito seguidor da doutrina mas houve um compromisso moral, houve uma promessa que não foi honrada, uma palavra que foi lançada ao vento mas que não teve o significado, a expressão e a importância que esperava porque naquela casa não se consegue impor regras ou então há lá quem se julgue acima de qualquer regra, mandamento ou lei. Há quem consiga viver na desordem, na indisciplina e sobretudo desrespeitando quem merece ou já mereceu alguma consideração… daí a minha indignação pelo apadrinhamento, pelo patrocínio de vivacidades menos nobres que já referi anteriormente. Creio que ninguém gostaria de experimentar tais sensações de desprezo, de pouco apreço e sobretudo de gozo desumano, coloquem-se deste lado, vistam esta pele e depois respondam-me: Acham correcto? Fariam o mesmo ou pior?...
Se feri a sensibilidade de mais alguém, não tenho vergonha de pedir desculpa como já fiz, de dar a cara e com frontalidade explicar o meu ponto de vista ou dizer que errei. Não sou como certas pessoas que fogem aos problemas, aos compromissos ou vivem diariamente camufladas num enredo sequencial e exponencial de aldrabices, num ciclo vicioso de falsidades. E não se esqueçam, em cada história há duas versões, há esta que lêem aqui e a outra… E para julgar bem é necessário conhecer e interpretar bem as duas, por vezes o que se lê é mal interpretado mas estou e sempre estive disposto a esclarecer as incertezas que tenham, não julguem ninguém antecipadamente.
Sei que também não sou um perfeito seguidor da doutrina mas houve um compromisso moral, houve uma promessa que não foi honrada, uma palavra que foi lançada ao vento mas que não teve o significado, a expressão e a importância que esperava porque naquela casa não se consegue impor regras ou então há lá quem se julgue acima de qualquer regra, mandamento ou lei. Há quem consiga viver na desordem, na indisciplina e sobretudo desrespeitando quem merece ou já mereceu alguma consideração… daí a minha indignação pelo apadrinhamento, pelo patrocínio de vivacidades menos nobres que já referi anteriormente. Creio que ninguém gostaria de experimentar tais sensações de desprezo, de pouco apreço e sobretudo de gozo desumano, coloquem-se deste lado, vistam esta pele e depois respondam-me: Acham correcto? Fariam o mesmo ou pior?...
Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay!
Um pequeno à parte…
À minha volta, sempre se reprovou a mentira, mas fugia-se cuidadosamente da verdade e embora ela pareça susceptível de unir, nada divide tanto como a verdade, no entanto, há que avivar a realidade, a justeza e a veracidade. Mesmo assim há quem diga que são parvoíces que escrevo aqui ou que não devia expor tanto os meus sentimentos e a minha vida pessoal, mas vendo bem, nunca mencionei nomes neste blog mas vontade não me tem faltado e sei que a carapuça cabe a certas pessoas, principalmente a aquelas que julgavam que apesar do mal estar feito, que o tempo ajudava a esquecer os sentimentos, as mágoas, as amarguras e o espírito das pessoas… mas são as palavras, é o que fica escrito que imortaliza, que fica gravado para a eternidade e enquanto houver quem teça elogios, continuarei inspirado e com vontade de alimentar este meu gosto pela escrita… sei que por vezes expresso-me de forma “violenta” ou demasiado “melancólica” mas onde há lágrimas, há consciência e não me arrependo de nada que fiz… tudo resultou de um efeito causa/consequência, logo se as consequências são estas, as causas não deviam de ter sido muito boas...
Las lágrimas y el sangre derramado no se perdona, no se olvida, no se negocia!
Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem…
(Winston Churchill)
Las lágrimas y el sangre derramado no se perdona, no se olvida, no se negocia!
Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem…
(Winston Churchill)
domingo, 17 de junho de 2007
Que pagode...
Parece um verdadeiro pagode, o cúmulo, o auge de troçar de alguém… de boa fé emprestei capital numa situação de aperto financeiro, procurei, apesar de ser uma situação invulgar e desconhecendo o engodo, ajudar aqueles que naquela ocasião mais adorava, com um gesto, um afecto, um abono para que essa gente não perdesse o lar, para que não sumisse o tecto que está suspenso por cima das suas cabeças.
Passaram meses e continua tudo na mesma, essa pessoa continua a exercer um estilo de vida depravado, sem limitações e contenções onde, em cinismo, numa atitude frenética de hipocrisia, leva para lá, para o recanto onde residi durante dois anos, o judas, o amante, esse mendigo, esse cigano, o amigo colorido que me substituiu, meteu esse parasita da sociedade no nosso nicho, no nosso leito.
É gozo, brincadeira de mal gosto e embaraçoso eu andar a apadrinhar as “quecas”, a patrocinar o local de coito dessa gente medíocre que devia ter vergonha na cara, devia pagar os calotes e se querem assumir esse pecado deviam honrar os compromissos e as suas obrigações morais. Para mim é humilhante ter que resistir a esta situação que parece não ter desfecho. Depois dizem que ando irritado, revoltado com a vida… e com razão! Tenham compaixão, eu nada fiz para merecer isto e suportar mais esta mágoa.
Tenham dó!
Passaram meses e continua tudo na mesma, essa pessoa continua a exercer um estilo de vida depravado, sem limitações e contenções onde, em cinismo, numa atitude frenética de hipocrisia, leva para lá, para o recanto onde residi durante dois anos, o judas, o amante, esse mendigo, esse cigano, o amigo colorido que me substituiu, meteu esse parasita da sociedade no nosso nicho, no nosso leito.
É gozo, brincadeira de mal gosto e embaraçoso eu andar a apadrinhar as “quecas”, a patrocinar o local de coito dessa gente medíocre que devia ter vergonha na cara, devia pagar os calotes e se querem assumir esse pecado deviam honrar os compromissos e as suas obrigações morais. Para mim é humilhante ter que resistir a esta situação que parece não ter desfecho. Depois dizem que ando irritado, revoltado com a vida… e com razão! Tenham compaixão, eu nada fiz para merecer isto e suportar mais esta mágoa.
Tenham dó!
terça-feira, 12 de junho de 2007
Little man...
I feel like a little man sitting in the middle of a dark shaded room that has two doors, one door says “do not enter” and the other door says “do not exit”… What shall I do?
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Acordem...
Certo dia disseram-me e justificaram certas acções com a frase: “as coisas boas duram o tempo suficiente para serem inesquecíveis, e quando duram tempo demais, e ultrapassam o tempo em que nos sentimos bem nelas tornam-se cansativas, passamos a estar insatisfeitos e a querer mais…” mas, analisando as coisas com frieza, se tudo que é bom dura o tempo suficiente para que seja inesquecível, então tudo que é ruim também dura, não é? Acho que sim... aliás, tenho a certeza que sim. Acontecimentos ruins (e bons) acontecem todos os dias, infelizmente recordamos mais os ruins do que os bons e seguindo a mesma lógica de ideias, há aqui uma contradição, porque enquanto as coisas boas duram, são inesquecíveis mas quando terminam passam a ruins e também se tornam inesquecíveis…
Continuo a não perceber, se as pessoas querem ser felizes porque terminam com algo de bom se sabem que vai trazer o desgosto, o sentimento ruim… porque não procuram antes alimentar, incentivar e conservar o que já têm de bom, em vez de procurar nova felicidade causando várias mágoas pelo caminho…
Só vejo uma explicação, andam todos parvos, afectados por uma febre imbecil ou por verem demasiadas telenovelas, uma estupidez da humanidade que julga encontrar a felicidade numa odisseia, numa aventura, numa busca constante em vez de avivar a felicidade que já têm, que não teve necessidade de ser procurada e que esteve sempre presente.
Continuo a não perceber, se as pessoas querem ser felizes porque terminam com algo de bom se sabem que vai trazer o desgosto, o sentimento ruim… porque não procuram antes alimentar, incentivar e conservar o que já têm de bom, em vez de procurar nova felicidade causando várias mágoas pelo caminho…
Só vejo uma explicação, andam todos parvos, afectados por uma febre imbecil ou por verem demasiadas telenovelas, uma estupidez da humanidade que julga encontrar a felicidade numa odisseia, numa aventura, numa busca constante em vez de avivar a felicidade que já têm, que não teve necessidade de ser procurada e que esteve sempre presente.
Abram os olhos e acordem!
Insónia...
A insónia, esta tormenta silenciosa e mórbida que vagueia na escuridão, nas trevas do olhar que nada vê, cegando o meu raciocínio com sentenças irreflectidas mas férteis em memórias amargas, nas ciladas, nos actos de ingratidão, de um coice que me atira para o vazio de um leito mutilado, aprisionado à travesseira de uma lápide prometida, repito insistentemente: “tenho que dormir, tenho que descansar…”, procurando abstrair as vozes que ouço a azedar a minha mente enquanto mordo a fronha, tento fugir ao pânico de adormecer e cair na hipnose de um pesadelo real, imaginando o rosto do fantasma que me atormenta, afigurando a queda na insanidade de mais um louco delirante, desvairado na insensatez, desorientado num sono vão… numa dormência acordada, distraído e absorvido em acontecimentos passados que já não posso recordar e num futuro próximo que me vai custar a enfrentar…
Perder a razão é uma coisa terrível. Antes morrer. A um morto consideramos com respeito, rezamos por ele. A morte fá-lo igual a todos. Enquanto um homem privado da sua razão deixou de ser homem...
(Alexander Puschkine)
Quero partir...
Quero partir, abandonar, fugir desta teia que me prende os movimentos, que me retarda os pensamentos… Libertar-me desta utopia, deste passado ilusório, da solidão de um dia, de uma hora, num momento que clamo bem alto: vai-te embora! Desaparece bruma que me ofuscas a razão, que me ensombras o ser e a lucidez que voa, que me foge da mão… Vai-te embora! Vai-te embora, faz as malas e deixa-me em paz, pára de recalcar o que já está gasto e magoado, ardido e coçado… Distancia-te ó medo, ó cagaço, ó receio de procurar algo que ambiciono, que anseio, mas que incomoda e aborrece porque é algo que não desvanece, que se mantém firme na mente como uma carraça, parasita chupista que me deixa embriagado, alucinado, perdido na mestria de quem andou um dia, na clareza, na fortuna e certeza do que fazia…
O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo...
(Honoré de Balzac)
O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo...
(Honoré de Balzac)
domingo, 10 de junho de 2007
Separação...
O pior não é o passado que deixei para trás, é saber que o passado estará sempre presente… não é saber que a pessoa que escolhi já não está comigo, é encarar o vazio que deixou no lugar que ocupava… não é a incerteza do futuro, mas sim a lembrança que houve um dia em que achei que tínhamos futuro.
É enfrentar um vazio imutável, é meditar sobre os sonhos desfeitos, sobre a desilusão, sobre os comportamentos, as situações inesperadas e sobre a incerteza do que me espera… são as mudanças de vida e de objectivos, é o recomeço, a indecisão em escolher novos caminhos e enfrentar novos problemas.
É suportar a ansiedade, os medos, é estar só e desencontrado, é tentar esquecer a traição silenciosa… resumindo, o pior é resistir à dor da separação.
Se o doido persistisse na sua loucura tornar-se-ia sensato…
(William Blake)
sábado, 9 de junho de 2007
Prazo de validade...
Podemos considerar o prazo de validade como o tempo médio que um produto ou algo demora a deteriorar-se. Todo o fabricante ou conhecedor do produto deve colocar um aviso na embalagem a informar as suas características e data de validade. Infelizmente, não fui notificado por quem a concebeu nem por quem a conhece… fui levado a consumir um produto viciado, sem futuro, desconhecendo as suas reais especificidades e os seus verdadeiros ingredientes… nem poderia saber que ela se estragaria tão repentinamente, causando um mal-estar insidioso repleto de infortúnios e enfermidades psíquicas.
Senti-me também como se tivesse expirado o meu prazo de validade, como se devesse aproveitar para esterilizar o coração… igualmente demorei a perceber que as suas intenções e promessas têm prazos de validade curtos, o que é hábito em pessoas pouco sérias cuja desonestidade é enrolada em palavras falseadas e sorrisos embusteiros.
Num acto de estupidez, de cegueira, ignorando o que se estava a passar, ainda solicitei uma prorrogação deste prazo de validade, de um prazo de validade absurdo que por razões óbvias não poderia ser levado a sério. Aliás, para essa pessoa, este produto já estava descontinuado e já fora substituído por outro mais recente mas de inferior qualidade… lá porque dás corda ao caloiro e este desata a dançar e a rodopiar, não significa que seja melhor, aliás, desconheço outra qualidade que ele tenha mas imperfeições encontro muitas. Resumindo, nem tudo que é novidade é necessariamente melhor que aquilo que já existe!
Mas esta história de prazos tem mais um detalhe, se o produto estiver estragado e estiver dentro do prazo de validade, ainda podes reclamar. Foi o que fiz… é um direito do consumidor! Ainda fui ao fabricante e pedi para que o produto fosse concertado ou trocado, mas este, era único, singular, exclusivo, não se fabrica mais e pelo que os peritos me disseram é de difícil reparação, não há volta a dar, nasceu torto, morre torto e desaparecerá porque continuará a cavar a sua própria ruína.
Buona sera, senorina, buona sera... Capisce?
domingo, 3 de junho de 2007
Coincidências...
Até posso acreditar numa ou outra coincidência mas… numa sucessão de coincidências, de promessas falsas sobre acontecimentos que nunca iriam acontecer, rodeadas de engano, omissão e traição… nem o diabo acredita! Aliás, já nada acontece por acaso e a verdade acaba sempre por vir à tona. Verdade que é para ser dita e quem diz a verdade não merece castigo.
Sei que estes incidentes “só acontecem a quem anda na estrada”, neste caso peculiar, “só acontecem a quem anda na noite e nas danças latinas”. Ainda julguei que se tratasse de um caso particular mas parece contagioso… tanto encobrimento e hipocrisia por parte dessa “seita”, sim “seita”, esse grupo de indivíduos que segue uma forma de vida ilusória, uma doutrina estéril cheia de comportamentos disfarçados onde a infidelidade reina, onde se gastam rios de dinheiro em algo supérfluo, por uma felicidade repentina que, como uma droga, desaparece com a mesma ligeireza que apareceu… e aclama pelo consumo de mais uma dose. Não quero mencionar nomes mas há muita gente a arruinar a sua vida pessoal e profissional à custa desta religião.
Até então, nunca tinha acreditado fielmente na expressão “A dança é a expressão vertical de um desejo horizontal”, aliás, eu até gosto de dançar mas com o desenrolar de “coincidências” parece-me uma pena que as “danças latinas” e os seus viciados se tenham prostituído para obter um reconhecimento, um lugarzinho na sociedade... pisando tudo e todos, levando tudo na frente sem atender à dignidade, à honestidade e ao respeito por si próprios e pelos outros.
A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, mais engrossa! A mentira dá flores, mas não frutos!
Sei que estes incidentes “só acontecem a quem anda na estrada”, neste caso peculiar, “só acontecem a quem anda na noite e nas danças latinas”. Ainda julguei que se tratasse de um caso particular mas parece contagioso… tanto encobrimento e hipocrisia por parte dessa “seita”, sim “seita”, esse grupo de indivíduos que segue uma forma de vida ilusória, uma doutrina estéril cheia de comportamentos disfarçados onde a infidelidade reina, onde se gastam rios de dinheiro em algo supérfluo, por uma felicidade repentina que, como uma droga, desaparece com a mesma ligeireza que apareceu… e aclama pelo consumo de mais uma dose. Não quero mencionar nomes mas há muita gente a arruinar a sua vida pessoal e profissional à custa desta religião.
Até então, nunca tinha acreditado fielmente na expressão “A dança é a expressão vertical de um desejo horizontal”, aliás, eu até gosto de dançar mas com o desenrolar de “coincidências” parece-me uma pena que as “danças latinas” e os seus viciados se tenham prostituído para obter um reconhecimento, um lugarzinho na sociedade... pisando tudo e todos, levando tudo na frente sem atender à dignidade, à honestidade e ao respeito por si próprios e pelos outros.
A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, mais engrossa! A mentira dá flores, mas não frutos!
Mentira...
Sempre te disse que odiava a mentira, sempre soubeste que isso era uma das coisas que mais me magoava. Eu pedi-te para nunca me mentires, preferia sofrer com a verdade do que com a mentira ao tentares proteger-me ou ao fazeres o que era melhor para ti. Tu não pensaste que eu iria descobrir, mas infelizmente descobri, descobri que preferiste mentir-me, preferiste enganar.
Tudo o que até hoje foi feito perdeu o valor após eu ter descoberto, tuas palavras passarão a ser meras palavras sem significado para mim, meras palavras nas quais não deposito mais confiança, toda a confiança que tinha em ti foi-se...
Para mim a pessoa que eras simplesmente morreu, foste afogada no teu próprio mar de mentiras e não no mar que eu conheço pois nesse mar morreria toda a beleza se lá pertencesses.
Para mim não és mais que a gota que é desperdiçada num deserto, uma gota que depois da queda não tem mais utilidade, para mim és o grão de areia que tinha em minhas mãos e soprei para fora...
(Retirado do Desabafo de Miss-Devil)
domingo, 20 de maio de 2007
Homem só...
Eu sou um homem só, amargurado, um único inferno, um louco neste mundo de coração magoado, que fala demasiado, que perpetua o amor ausente, que vai falecendo de saudade permanente, que vive de esperança e dos desejos, que nascem de uma necessidade, de uma privação, de um sofrimento, de uma lágrima, de olhos que choram, onde existe consciência e onde habita a angústia de quem espera por alguém que já não o reclama, que o esqueceu e que facilmente o substituiu...
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Inacreditável...
Como é inacreditável que a mesma pessoa me provoque tanta alegria e tanta mágoa, que me preenche e enaltece como ser mas que também me afunde na tristeza e insignificância do mesmo ser...
domingo, 6 de maio de 2007
Resposta...
A resposta, o conteúdo que procuro, a verdade que persigo. Onde está? Onde se encontra? Como a posso encontrar? Simplesmente não sei.
Estará no espirro, que me faz sentir vivo? Ou no imenso oceano, que me faz sentir insignificante? Será real este mundo que habito? Será verdade o sentimento que tenho? Ou será apenas um sonho distante?
É a voz. A voz que está na minha mente, que me susurra quando estou distraído, longe do mundo real. Real? Esta palavra, esta mentira dos dicionários que me foi imposta logo à nascença. Realidade, que me ensinaram ao longo da vida mas que ainda não aceitei, que ainda não compreendi. Será realidade a distracção, ou a distracção a realidade?
É neste tempo que parece não passar, onde o mundo pára de girar. É no momento de distracção que encontro o sentimento, que encontro uma resposta. Concluindo, é nesse instante que encontro a verdade.
Estará no espirro, que me faz sentir vivo? Ou no imenso oceano, que me faz sentir insignificante? Será real este mundo que habito? Será verdade o sentimento que tenho? Ou será apenas um sonho distante?
É a voz. A voz que está na minha mente, que me susurra quando estou distraído, longe do mundo real. Real? Esta palavra, esta mentira dos dicionários que me foi imposta logo à nascença. Realidade, que me ensinaram ao longo da vida mas que ainda não aceitei, que ainda não compreendi. Será realidade a distracção, ou a distracção a realidade?
É neste tempo que parece não passar, onde o mundo pára de girar. É no momento de distracção que encontro o sentimento, que encontro uma resposta. Concluindo, é nesse instante que encontro a verdade.
Pesadelo...
Pesadelos obscuros percorrem as brumas do anoitecer remexendo a minha cabeça, desorganizando as minhas ideias, ofuscando a minha confiança, desmentindo o meu conforto. O que sempre temi aliou-se à minha presença, aquilo contra o que sempre lutei agora faz parte integrante da minha vida. Ventos cruzados formaram um remoinho do qual não consigo escapar, afundando-me mais nele, sufocando no que os meus olhos vêem e no que os meus pensamentos interpretam.
Procuro na minha força interior a âncora que me prende à razão, fugindo aos infortúnios do passado, escapando à monotonia do presente.
A depressão assombra o meu ser, intensificando a decomposição do meu interior, insensibilizando os sentimentos do meu exterior. Criando uma fachada que esconde dissabores e virtudes, mas que garantem a paz entre os sentimentos dos amigos mais queridos. Permitindo assim, pelo menos tranquilizar aqueles que mais se preocupam.
As dependências rodeiam-me por todos os lados, cegando o que devia ver, bloqueando o que devia pensar. Acizentando os caminhos que percorro e sombreando a luz que me alimenta. Apesar de uma juventude de ideais agora saboreio o aproximar das Trevas e a escravidão do futuro do qual já não consigo escapar.
Preciso reencontrar o que alimentou os ideais da minha juventude, trazer alguma alegria a este corpo que habito, baixar a fachada que transporto e tornar novamente visível o transparecer de sentimentos sem a preocupação de me ferir.
Mas a possibilidade e a força de vontade desintegram-se com o passar das horas que mais parecem dias, e dias que parecem meses. Envelhecendo ao minuto, fraquejando ao segundo. Como se torna difícil caminhar direito sobre caminhos tortos, adormecer quando se tem medo de dormir, respirar quando se tem medo de viver. Só me resta esperar, ver o que irá acontecer porque neste momento não há mais nada que eu possa fazer.
Procuro na minha força interior a âncora que me prende à razão, fugindo aos infortúnios do passado, escapando à monotonia do presente.
A depressão assombra o meu ser, intensificando a decomposição do meu interior, insensibilizando os sentimentos do meu exterior. Criando uma fachada que esconde dissabores e virtudes, mas que garantem a paz entre os sentimentos dos amigos mais queridos. Permitindo assim, pelo menos tranquilizar aqueles que mais se preocupam.
As dependências rodeiam-me por todos os lados, cegando o que devia ver, bloqueando o que devia pensar. Acizentando os caminhos que percorro e sombreando a luz que me alimenta. Apesar de uma juventude de ideais agora saboreio o aproximar das Trevas e a escravidão do futuro do qual já não consigo escapar.
Preciso reencontrar o que alimentou os ideais da minha juventude, trazer alguma alegria a este corpo que habito, baixar a fachada que transporto e tornar novamente visível o transparecer de sentimentos sem a preocupação de me ferir.
Mas a possibilidade e a força de vontade desintegram-se com o passar das horas que mais parecem dias, e dias que parecem meses. Envelhecendo ao minuto, fraquejando ao segundo. Como se torna difícil caminhar direito sobre caminhos tortos, adormecer quando se tem medo de dormir, respirar quando se tem medo de viver. Só me resta esperar, ver o que irá acontecer porque neste momento não há mais nada que eu possa fazer.
Mudança...
Um silêncio ensurdecedor percorria o meu interior, as lágrimas afogavam-me a vista, o transpirar inundava o meu corpo, o receio bloqueiava o meu descanso. Este comportamento parecia repetir-se eternamente, mas com o passar do tempo o amaldiçoado silêncio tornava-se num hábito.
Continuo só, mas sem pressa de reencontrar o céu que um dia perdi. Apesar de saber onde procurar, prefiro que seja ela a me reencontrar. Sei que um dia a minha paciência e espera vai florescer.
Posso esperar infinitamente mas já me habituei a congelar os sentimentos em face ao que vejo e ao que não vejo, ao que ouço e não ouço, ao que sinto e não sinto.
O pior já passou, o desepero mascarou-se de esperança e o medo refugiou-se num contentamento descontente que até consegue enganar as pessoas que me são mais próximas.
Continuo só, mas sem pressa de reencontrar o céu que um dia perdi. Apesar de saber onde procurar, prefiro que seja ela a me reencontrar. Sei que um dia a minha paciência e espera vai florescer.
Posso esperar infinitamente mas já me habituei a congelar os sentimentos em face ao que vejo e ao que não vejo, ao que ouço e não ouço, ao que sinto e não sinto.
O pior já passou, o desepero mascarou-se de esperança e o medo refugiou-se num contentamento descontente que até consegue enganar as pessoas que me são mais próximas.
The fog...
The dream, the nightmare, the fog penetrates my mind blinding it with nonsense, opening doors to a dimension beyond my imagination where reality vanishes from my world. Inside this empty room the colorful gray consumes my sky, smoking my lunges, drugging my veins, distrusting my view. It’s a peaceful storm falling upon me.
Flashes of distorted moments from an early past or a desired future crash at my feet, illuminating this roofless space where the sun doesn’t shine and the moon doesn’t glow. This is a place where fear reaches unbelievable limits and courage exceeds the cowardliness in us.
I’m in a fragile unknown universe where the silent melody drifts further than an earsplitting scream, where our touch can’t pass the invisible glass and our sight can’t see two steps ahead.
Shadows fade my being making me soullessly pail, turning out the frame inside me. The struggle in my head starts in vain. Uncontrollable feelings flow inside me, exhausting my comprehension, losing the concept between reality and fiction. Timeless moments go by and the ground under me disappears, I try to grab the emptiness but I keep falling in meaningless thoughts, tearing my soul apart.
I finally fall on my knees, the sweat chills my fright away as I open my eyes, but it’s still dark. Where am I? I look around the darkness and I can see a ruby light blinking nine past five. It’s my bedroom clock, it’s the only difference between the awaken world and the one I’ve just past through.
Flashes of distorted moments from an early past or a desired future crash at my feet, illuminating this roofless space where the sun doesn’t shine and the moon doesn’t glow. This is a place where fear reaches unbelievable limits and courage exceeds the cowardliness in us.
I’m in a fragile unknown universe where the silent melody drifts further than an earsplitting scream, where our touch can’t pass the invisible glass and our sight can’t see two steps ahead.
Shadows fade my being making me soullessly pail, turning out the frame inside me. The struggle in my head starts in vain. Uncontrollable feelings flow inside me, exhausting my comprehension, losing the concept between reality and fiction. Timeless moments go by and the ground under me disappears, I try to grab the emptiness but I keep falling in meaningless thoughts, tearing my soul apart.
I finally fall on my knees, the sweat chills my fright away as I open my eyes, but it’s still dark. Where am I? I look around the darkness and I can see a ruby light blinking nine past five. It’s my bedroom clock, it’s the only difference between the awaken world and the one I’ve just past through.
How?...
How did I fall in this hole? It’s dark and shivery; it’s my soul. I’m trapped in my mind; I’m tied to a lie. The smog keeps me from finding a way out, the fear sucks me deeper and the worst hell became my life, the flame circles my dreams turning then to ashes. I’ve had enough, it’s been bad enough, I know the way out but I can’t let go of my deepest dreams. They are there; they come and go like everything in my boring life. There are times they feel so real or is it just my imagination, a fantasy moment. Real or not, those are the feelings that keep me ticking, that take me out of my mind. Now I’m out of my mind. I daydream about her, a desert island, a shack I can call home and the happiness I felt before… And I wake up. I look around and where am I? Who am I? I’m a shadow of who I used to be. I’m back in my dark corner where the sunshine doesn’t reach.
I need a rest. I need a few days with myself. I need to search for myself, find the place where I got lost. I’m gonna lye down. Leave me lying here cause I don’t want to go. I’ll wait for you, I’m not in a hurry, I’m just afraid that if you don’t come around soon I’ll turn sadder than before.
I need a rest. I need a few days with myself. I need to search for myself, find the place where I got lost. I’m gonna lye down. Leave me lying here cause I don’t want to go. I’ll wait for you, I’m not in a hurry, I’m just afraid that if you don’t come around soon I’ll turn sadder than before.
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