quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Ruído Intenso...

Ainda recordo quando o ruído intenso silenciou tudo o resto, ensurdeceu a lógica e o óbvio, turvou a minha essência e tornou tudo preto e branco ou, simplesmente, preencheu o meu universo com tonalidades cinzentas, incolor, ausente de cheiro e sem paladar.

Senti a minha segurança desvanecer como se consumisse o tecto que me abrigava dos dissabores da vida e me caísse o céu nos ombros... e, desamparando, soltei a amarra e fui obrigado a zarpar, atarantado, para uma reserva que estagnou, sem evolução, pouco aclamado e despromovido de progressos… como se, de certa forma, parasse no tempo e regressasse a um passado indolente e pouco atractivo.

E aqui me mantenho, isolado nesta ilha de solidão interior, neste exílio íntimo e desmerecido, náufrago e à espera que alguém me resgate…