quinta-feira, 28 de junho de 2007

Sombra II...

Onde me perdi… onde busco por entre as brumas espinhosas da mente um percurso, onde procuro fugir à névoa cerrada que me desorienta, que não me permite encontrar a passagem para uma trajectória ascendente, para uma quietação progenitora, para o sossego espiritual… ilumina-me o caminho, mostra-me o “yellow brick road” que me guia para o feiticeiro de Oz, para esse mago, esse amigo, esse sábio que sabe tudo, que tem a resposta universal, que deve ter a solução para o meu delírio, para sanar a amargura, para travar a minha dor…

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sombra...

A sombra, esta região obscura formada pela ausência de luminosidade, causada pela existência de um obstáculo… uma caverna escura onde se encontram hospedados os nossos conflitos interiores, os nossos desencantos, os nossos receios, as nossas amarguras, os nossos desconfortos… onde no nosso subconsciente existe uma resistência que nos encaminha para uma repetição sórdida de escuridão, para um ego rude, para uma personalidade imoral e violenta onde não podes ver o que és, onde só vês a tua sombra, onde temos comportamentos que normalmente não teríamos, onde estamos fora de controle… É uma fracção primitiva do homem, onde desconfiamos da própria sombra, onde somos mais uma sombra por entre sombras… onde me perdi!

A Desordem da Minha Natureza...

"Descobri que a minha obsessão de que cada coisa estivesse no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente ordenada mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, mas como reacção contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que passo por prudente por ser pessimista, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que não se saiba que pouco me importa o tempo alheio. Descobri, por fim, que o amor não é um estado de alma mas um signo do Zodíaco."

"Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas, e quem as mereça não te farão chorar..."

Gabriel Garcia Marquez

Silencioso...

Cada vez estou mais convencido que vivemos numa sociedade desamparada, cheia de silêncios e órfã de clareza, numa realidade distorcida onde a mentira é valorizada e a manipulação psicológica é diária e constante… onde o medo de enlouquecer é, no final de contas, o receio de nos convertermos noutra pessoa, desigual e contraditória… incontornável, incoerente e demasiado semelhante aos outros…

terça-feira, 26 de junho de 2007

Damn!...

Malditos pensamentos indomesticáveis, calúnias da mente, amaldiçoada seja a meditação inoportuna, inconveniente para todos e fatal para mim, que sentimento maçador e despropositado… que praga, que blasfémia para a alma!

Murmuro ensurdecedor, desaparece! Liberta-me! Deixa de sussurrar lembranças nefastas e efémeras e concentra-te no amanhã, esquece as fantasias de um louco que trovejam na insensatez deste frágil ser… embriagado de espírito, num aguaceiro constante e inseguro que percorre uma face débil, que escorre pela sinuosidade da pele, camuflada, dissimulada, imperceptível para os demais…

Por vezes só me apetece berrar: Damn! Dammit! Dammit all!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Jornada...

Só numa jornada silenciosa, numa cruzada sem bagagem, sem a intervenção dos demais, é que realmente entendemos a limpidez dos actos e a clareza de sentimentos… qualquer outro tipo de jornada é mera poeira, sujidade atirada para os olhos com o intuito de ofuscar a veracidade e autenticidade dos feitos.

Como é notável e deveras superior aos sentidos corpóreos os nossos devaneios, o intelecto, o olho espiritual que vê para além do perceptível, que vê o imaginável e foge à superficialidade de nexos aprisionados e misteriosos, que desvenda frinchas e graças onde colhemos mais do que buscamos… só assim a paz irá florescer em nós, transitando a energia de tormentas passadas num rescaldo prodigioso e olímpico, numa química assombrosa repleta de tesouros por desvendar.

Qualquer insensato(a) consegue deitar-nos abaixo como se de árvores tratasse de abater, e como estamos enraizados nas nossas preces, nas nossas vontades, nos nossos corações… não podemos fugir, e mesmo que pudéssemos seríamos igualmente destruídos, perseguidos e derrubados por uma vontade imprudente, insensível e cruel de quem age por ignorância ou de quem engenhosamente actua pelo simples prazer de arruinar o templo e a poesia que existia, de provocar dor a quem nunca lhe fez mal, sem se aperceber que nada está exclusivamente só e que tudo está interligado neste universo provocando uma série, uma sucessão de reacções em cadeia… pois tudo flúi, tudo segue um percurso e por mais persuasivo ou penoso que seja… procuramos sempre atalhos, e quem se mete em atalhos...

Os loucos abrem os caminhos que depois emprestam aos sensatos…
(Carlo Dossi)

domingo, 24 de junho de 2007

Vencer o Medo...

"Parecemos estar hoje animados quase exclusivamente pelo medo. Receamos até aquilo que é bom, aquilo que é saudável, aquilo que é alegre. E o que é o herói? Antes de mais, alguém que venceu os seus medos. É possível ser-se herói em qualquer campo; nunca deixamos de reconhecer um herói quando este aparece. A sua virtude singular é o facto de ele ser um só com a vida, um só consigo próprio. Tendo deixado de duvidar e de interrogar, acelera o curso e o ritmo da vida. O cobarde, par contre, procura deter o fluxo da vida. E claro que não detém nada, a menos que se detenha a si próprio. A vida continua sempre a avançar, quer nos portemos como cobardes, quer nos portemos como heróis. A vida não impõe outra disciplina - se ao menos o soubéssemos compreender! - para além de a aceitarmos tal como é. Tudo aquilo a que fechamos os olhos, tudo aquilo de que fugimos, tudo aquilo que negamos, denegrimos ou desprezamos, acaba por contribuir para nos derrotar. O que nos parece sórdido, doloroso, mau, poderá tornar-se numa fonte de beleza, alegria e força, se o enfrentarmos com largueza de espírito. Todos os momentos são momentos de ouro para os que têm a capacidade de os ver como tais. A vida é agora, são todos os momentos, mesmo que o mundo esteja cheio de morte. A morte só triunfa ao serviço da vida."

Henry Miller

Coisas...

Publico neste blog para todos, para aqueles que julgo que me apreciam, para os que imagino que me repudiam, que me desprezam e para os desconhecidos que por cá vagueiam... Sim, eu julgo, ajuízo e condeno, sentencio, tomo as minhas próprias conclusões sobre as pessoas, sobretudo no que diz respeito ao que elas acham de mim ou do que elas não acham, ao que significam para mim e o que eu significo para elas. Acredito ter julgado correctamente e neste momento não quero ter dúvidas, incertezas ou hesitações sobre isso… logo agora, neste momento de ressaca, de recuperação, de reassumir o percurso de vida que outrora perdi…

Sim provoquei, sei que irritei, entristeci e enfureci, azedei e enfadei… e se fizer falta continuarei sem remorsos, sem arrependimento e quero que aqueles a quem desejei e que cruelmente me rejeitaram de forma desumana e desonesta que tenham a sensação todas as noites que o meu espírito lhes persegue, lhes zomba a consciência, quero que tenham pesadelos com a imagem enojante da minha escrita para o resto da sua existência! Quero que jamais me esqueçam, se não é pelo bem que lhes fiz, que seja pela retaliação ao mal que me fizeram!

Queria não pensar excessivamente e em certas coisas nunca. Aliás, queria que certas coisas não existissem, que sumissem, isso simplificaria bastante as restantes coisas, o que sobra. Já são demasiados os “quês” nos quais pensar, continuo com medo de mim e tenho receio de tudo, tenho pavor de passar pelas mesmas coisas porque a minha alma permanece viciada, enferma, persiste na demência, no matutar destes acontecimentos, destas coisas de forma repetitiva e doentia mas que tem que acabar, tem que se extinguir, tem que finar… É algo que já me cansa, me enfastia e aborrece…


Elimine o impossível, e o que restar, por mais improvável que pareça, deve ser verdade…
(Sherlock Holmes)

Caçada...

A Caçada, essa perseguição de um animal a outro, geralmente com intenção de abate, de supressão. Essa prática utilizada pelos carnívoros para obtenção de alimento, de um desejo, de uma satisfação. As emboscadas, perseguições em velocidade ou trabalho em grupo, em bandos ou seitas, sempre visando os mais frágeis em favor de sua dita sobrevivência, da sua supremacia, sem olhar a meios, desconsiderando o respeito pelos demais, contaminando a moralidade e a lealdade.

O instinto de caçar sempre esteve presente no ser humano, é um instinto tão espontâneo que pode ser facilmente observado logo na primeira infância.

A facilidade, a destreza da caça à noite, à candeia, em que as bruxas parecem donzelas, onde a beleza e a perfeição ganham forma, em que se é livre, solto de compromissos éticos, onde a caçada até faz sentido, onde há receio, há perseguição alcoolizada e a adrenalina nos presenteiam com uma satisfação momentânea, com um contentamento apaziguador e com uma sensação de soberania, de ascensão a realeza e ao poder celestial.

Estas proezas e desventuras, a irreflexão da caçada, as vivências na noite acabam por ser doces para quem a vida é amarga onde podemos proferir tudo de forma irracional, mentir, trair e ocultar a realidade porque as palavras de noite não servem para a manhã, porque são promessas insensatas e levianas.

Nestes instantes não há cansaço para o predador porque se uma boa ideia consegue mantê-lo acordado durante a manhã, uma aparente grande ideia irá mantê-lo acordado durante toda a noite e quanto maior é o desejo, maior é o prazer em satisfazê-lo, em agradar uma alma ferida que procura um carinho por mais ínfimo que seja. Obrigado criatura da noite…


Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão…
(Madre Teresa de Calcutá)

sábado, 23 de junho de 2007

Carta aos amigos...

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso mas certamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais se detêm, despertaria quando os outros dormem.

Escutaria quando os demais falam, e como desfrutaria um bom sorvete de chocolate! Se Deus me obsequiasse com um pedaço de vida, vestiria simples, me atiraria de bruços ao solo, deixando descoberto, não apenas o meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo, esperaria que saísse o sol.

Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria com minhas lágrimas as rosas, para sentir a dor de seus espinhos, e o encarnado beijo de suas pétalas...

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer as pessoas que quero, que as quero. Convenceria a cada mulher e cada homem de que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens lhes provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar! À criança lhe daria asas, porém deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos lhes ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas tenho aprendido de vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.

São tantas coisas as que tenho podido aprender de vocês, porém realmente de muito não haverão de servir, porque quando me guardarem dentro dessa mala, infelizmente estarei morrendo."

Gabriel Garcia Marquez

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Chega de amarguras...

Chegou o verão, o sol, o calor, a praia, os bikinis :-) ... e as bejecas...

Para já chega de amarguras... mas sempre que me sentir em baixo, presenciar uma injustiça ou estiver num momento de reflexão profunda ou alcoolizado volto a publicar... até já!


Quem vive de amor ausente vai morrendo de saudade...

Nódoa...

Ai nódoa, mancha desbotado, ó selo incómodo… Afasta-te pingo de sujidade, crosta imunda, côdea apodrecida, excremento que me fazes sombra, que me escureces o pensamento, que me contaminas o cérebro… Evapora-te coisa mesquinha, alienígena contagiosa, forasteira endiabrada, parte para a tua insignificante terra, para o local onde nasceste, para o berço de onde saíste, para bem longe daqui… Leva contigo os teus males, as mágoas e inquietações, a ruína e as calúnias que arrasam o homem, que o levam para a perdição, que o deixam na inexactidão!

Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos…

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Destino, Acaso ou Coincidência...

Pensamentos em branco, o vazio, o oco, a ausência de raciocínio, o enfado, o aborrecimento que preenche o meu espírito. Não sei que fazer, qual é o meu destino, o meu papel nesta vida, nesta existência como ser, como criatura num mundo imundo repleto de imoralidades, de perfídias, de debilidades…

Todos dizem que cada um é autor do seu próprio destino mas depois de traçado nem os deuses lutam contra ele, nem que seja para serem ignorados ou caluniados… aliás, o futuro é construído pelas nossas decisões, inconstantes e alteráveis, em que cada acontecimento influencia todos os outros e o futuro permanece escondido até das pessoas que o fazem. Mas será que tudo tem um propósito ou será que as segundas intenções estão presentes em todo o lado? Não sei… apenas sei que o acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele e o acaso só favorece os espíritos que estão preparados para o receber… Não foi o meu caso, sempre confiei nas pessoas que me eram queridas e nunca esperaria delas a crueldade dos seus actos.

Agora há que vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso, sem objectivos, sem raízes, sem um propósito, sem uma finalidade… o que está feito, feito está. Agora é preciso ter força e quer queiramos quer não, a nossa vida resume-se a uma sucessão de instantes passageiros encarcerados entre o “tudo” que ficou para trás e o “nada” que temos pela frente. Definitivamente, neste mundo não há lugar para as coincidências, para os acasos nem para as probabilidades… há lugar para os aproveitadores, os inconsequentes ou os imbecis…


Devia-se nascer velho, começar pela sabedoria, para decidir o seu destino...
(Ana Blandiana)

terça-feira, 19 de junho de 2007

Acontece...

Sei que custa ouvir a verdade e sei que custa reconhecer o erro mas enfrentar a verdade ou o equívoco é que é digno de pessoas nobres e sérias. Fugir é fácil, tentar esquecer e apagar os contactos, a lembrança, a memória parece ser a solução, parece ser a chave de uma porta sem fechadura, difícil de trancar, pelo menos para quem tem consciência e consegue ou pelo menos tenta distinguir o justo do injusto.

Infelizmente, há quem não aprenda e caia sempre nos mesmos erros… em que as promessas, os momentos de juramento e voto não significam nada, onde é permitido que a língua ultrapasse o pensamento, onde é desprezada a palavra, onde se tem ou não a noção que o que se diz hoje já não é válido para amanhã...

Antes o silêncio que ouvir falsas promessas ou interpretar mal o vocabulário libertado por tais criaturas. E depois vem a célebre e afamada expressão: “Acontece! São coisas que acontecem…”, que desculpa mais esfarrapada que precisa de argumentos, de muletas para acreditarem nela ou nas coincidências incoerentes, nos acasos contraditórios...

Nem todos podemos ser génios, milionários ou afortunados da sociedade. Mas todos podemos ter respeito, alta escala de valores e qualidades de espírito. Estas são as verdadeiras riquezas de qualquer pessoa.


Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará…
(Sócrates)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Reflexão...

Pareceu-me que os últimos posts, que os últimos textos que coloquei, mexerem com os sentimentos de muita gente. Nunca julguei que o meu humilde blog tivesse tanto impacto, qualquer dia torna-se num best-seller. Este é o meu local de desabafo, é o meu confessionário e se houve intenção de magoar alguém sabes muito bem que foi dirigida a ti e só a ti, há outras pessoas também envolvidas mas quem me conhece sabe que não é pelo guito, sabe que não piso ninguém intencionalmente, a não ser que seja numa atitude de reflexo, de resposta a algo que me fizeram, quem me conhece sabe que apenas quero que me respeitem, que não me enganem e que não gozem com os meus sentimentos e valores.

Se feri a sensibilidade de mais alguém, não tenho vergonha de pedir desculpa como já fiz, de dar a cara e com frontalidade explicar o meu ponto de vista ou dizer que errei. Não sou como certas pessoas que fogem aos problemas, aos compromissos ou vivem diariamente camufladas num enredo sequencial e exponencial de aldrabices, num ciclo vicioso de falsidades. E não se esqueçam, em cada história há duas versões, há esta que lêem aqui e a outra… E para julgar bem é necessário conhecer e interpretar bem as duas, por vezes o que se lê é mal interpretado mas estou e sempre estive disposto a esclarecer as incertezas que tenham, não julguem ninguém antecipadamente.

Sei que também não sou um perfeito seguidor da doutrina mas houve um compromisso moral, houve uma promessa que não foi honrada, uma palavra que foi lançada ao vento mas que não teve o significado, a expressão e a importância que esperava porque naquela casa não se consegue impor regras ou então há lá quem se julgue acima de qualquer regra, mandamento ou lei. Há quem consiga viver na desordem, na indisciplina e sobretudo desrespeitando quem merece ou já mereceu alguma consideração… daí a minha indignação pelo apadrinhamento, pelo patrocínio de vivacidades menos nobres que já referi anteriormente. Creio que ninguém gostaria de experimentar tais sensações de desprezo, de pouco apreço e sobretudo de gozo desumano, coloquem-se deste lado, vistam esta pele e depois respondam-me: Acham correcto? Fariam o mesmo ou pior?...

Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay!

Um pequeno à parte…

À minha volta, sempre se reprovou a mentira, mas fugia-se cuidadosamente da verdade e embora ela pareça susceptível de unir, nada divide tanto como a verdade, no entanto, há que avivar a realidade, a justeza e a veracidade. Mesmo assim há quem diga que são parvoíces que escrevo aqui ou que não devia expor tanto os meus sentimentos e a minha vida pessoal, mas vendo bem, nunca mencionei nomes neste blog mas vontade não me tem faltado e sei que a carapuça cabe a certas pessoas, principalmente a aquelas que julgavam que apesar do mal estar feito, que o tempo ajudava a esquecer os sentimentos, as mágoas, as amarguras e o espírito das pessoas… mas são as palavras, é o que fica escrito que imortaliza, que fica gravado para a eternidade e enquanto houver quem teça elogios, continuarei inspirado e com vontade de alimentar este meu gosto pela escrita… sei que por vezes expresso-me de forma “violenta” ou demasiado “melancólica” mas onde há lágrimas, há consciência e não me arrependo de nada que fiz… tudo resultou de um efeito causa/consequência, logo se as consequências são estas, as causas não deviam de ter sido muito boas...

Las lágrimas y el sangre derramado no se perdona, no se olvida, no se negocia!

Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem…
(Winston Churchill)

domingo, 17 de junho de 2007

Que pagode...

Parece um verdadeiro pagode, o cúmulo, o auge de troçar de alguém… de boa fé emprestei capital numa situação de aperto financeiro, procurei, apesar de ser uma situação invulgar e desconhecendo o engodo, ajudar aqueles que naquela ocasião mais adorava, com um gesto, um afecto, um abono para que essa gente não perdesse o lar, para que não sumisse o tecto que está suspenso por cima das suas cabeças.

Passaram meses e continua tudo na mesma, essa pessoa continua a exercer um estilo de vida depravado, sem limitações e contenções onde, em cinismo, numa atitude frenética de hipocrisia, leva para lá, para o recanto onde residi durante dois anos, o judas, o amante, esse mendigo, esse cigano, o amigo colorido que me substituiu, meteu esse parasita da sociedade no nosso nicho, no nosso leito.

É gozo, brincadeira de mal gosto e embaraçoso eu andar a apadrinhar as “quecas”, a patrocinar o local de coito dessa gente medíocre que devia ter vergonha na cara, devia pagar os calotes e se querem assumir esse pecado deviam honrar os compromissos e as suas obrigações morais. Para mim é humilhante ter que resistir a esta situação que parece não ter desfecho. Depois dizem que ando irritado, revoltado com a vida… e com razão! Tenham compaixão, eu nada fiz para merecer isto e suportar mais esta mágoa.

Tenham dó!

terça-feira, 12 de junho de 2007

Little man...

I feel like a little man sitting in the middle of a dark shaded room that has two doors, one door says “do not enter” and the other door says “do not exit”… What shall I do?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Acordem...

Certo dia disseram-me e justificaram certas acções com a frase: “as coisas boas duram o tempo suficiente para serem inesquecíveis, e quando duram tempo demais, e ultrapassam o tempo em que nos sentimos bem nelas tornam-se cansativas, passamos a estar insatisfeitos e a querer mais…” mas, analisando as coisas com frieza, se tudo que é bom dura o tempo suficiente para que seja inesquecível, então tudo que é ruim também dura, não é? Acho que sim... aliás, tenho a certeza que sim. Acontecimentos ruins (e bons) acontecem todos os dias, infelizmente recordamos mais os ruins do que os bons e seguindo a mesma lógica de ideias, há aqui uma contradição, porque enquanto as coisas boas duram, são inesquecíveis mas quando terminam passam a ruins e também se tornam inesquecíveis…

Continuo a não perceber, se as pessoas querem ser felizes porque terminam com algo de bom se sabem que vai trazer o desgosto, o sentimento ruim… porque não procuram antes alimentar, incentivar e conservar o que já têm de bom, em vez de procurar nova felicidade causando várias mágoas pelo caminho…

Só vejo uma explicação, andam todos parvos, afectados por uma febre imbecil ou por verem demasiadas telenovelas, uma estupidez da humanidade que julga encontrar a felicidade numa odisseia, numa aventura, numa busca constante em vez de avivar a felicidade que já têm, que não teve necessidade de ser procurada e que esteve sempre presente.

Abram os olhos e acordem!

Insónia...

A insónia, esta tormenta silenciosa e mórbida que vagueia na escuridão, nas trevas do olhar que nada vê, cegando o meu raciocínio com sentenças irreflectidas mas férteis em memórias amargas, nas ciladas, nos actos de ingratidão, de um coice que me atira para o vazio de um leito mutilado, aprisionado à travesseira de uma lápide prometida, repito insistentemente: “tenho que dormir, tenho que descansar…”, procurando abstrair as vozes que ouço a azedar a minha mente enquanto mordo a fronha, tento fugir ao pânico de adormecer e cair na hipnose de um pesadelo real, imaginando o rosto do fantasma que me atormenta, afigurando a queda na insanidade de mais um louco delirante, desvairado na insensatez, desorientado num sono vão… numa dormência acordada, distraído e absorvido em acontecimentos passados que já não posso recordar e num futuro próximo que me vai custar a enfrentar…


Perder a razão é uma coisa terrível. Antes morrer. A um morto consideramos com respeito, rezamos por ele. A morte fá-lo igual a todos. Enquanto um homem privado da sua razão deixou de ser homem...
(Alexander Puschkine)

Quero partir...

Quero partir, abandonar, fugir desta teia que me prende os movimentos, que me retarda os pensamentos… Libertar-me desta utopia, deste passado ilusório, da solidão de um dia, de uma hora, num momento que clamo bem alto: vai-te embora! Desaparece bruma que me ofuscas a razão, que me ensombras o ser e a lucidez que voa, que me foge da mão… Vai-te embora! Vai-te embora, faz as malas e deixa-me em paz, pára de recalcar o que já está gasto e magoado, ardido e coçado… Distancia-te ó medo, ó cagaço, ó receio de procurar algo que ambiciono, que anseio, mas que incomoda e aborrece porque é algo que não desvanece, que se mantém firme na mente como uma carraça, parasita chupista que me deixa embriagado, alucinado, perdido na mestria de quem andou um dia, na clareza, na fortuna e certeza do que fazia…

O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo...
(Honoré de Balzac)

domingo, 10 de junho de 2007

Separação...

O pior não é o passado que deixei para trás, é saber que o passado estará sempre presente… não é saber que a pessoa que escolhi já não está comigo, é encarar o vazio que deixou no lugar que ocupava… não é a incerteza do futuro, mas sim a lembrança que houve um dia em que achei que tínhamos futuro.

É enfrentar um vazio imutável, é meditar sobre os sonhos desfeitos, sobre a desilusão, sobre os comportamentos, as situações inesperadas e sobre a incerteza do que me espera… são as mudanças de vida e de objectivos, é o recomeço, a indecisão em escolher novos caminhos e enfrentar novos problemas.

É suportar a ansiedade, os medos, é estar só e desencontrado, é tentar esquecer a traição silenciosa… resumindo, o pior é resistir à dor da separação.

Se o doido persistisse na sua loucura tornar-se-ia sensato…
(William Blake)

sábado, 9 de junho de 2007

Prazo de validade...

Podemos considerar o prazo de validade como o tempo médio que um produto ou algo demora a deteriorar-se. Todo o fabricante ou conhecedor do produto deve colocar um aviso na embalagem a informar as suas características e data de validade. Infelizmente, não fui notificado por quem a concebeu nem por quem a conhece… fui levado a consumir um produto viciado, sem futuro, desconhecendo as suas reais especificidades e os seus verdadeiros ingredientes… nem poderia saber que ela se estragaria tão repentinamente, causando um mal-estar insidioso repleto de infortúnios e enfermidades psíquicas.

Senti-me também como se tivesse expirado o meu prazo de validade, como se devesse aproveitar para esterilizar o coração… igualmente demorei a perceber que as suas intenções e promessas têm prazos de validade curtos, o que é hábito em pessoas pouco sérias cuja desonestidade é enrolada em palavras falseadas e sorrisos embusteiros.

Num acto de estupidez, de cegueira, ignorando o que se estava a passar, ainda solicitei uma prorrogação deste prazo de validade, de um prazo de validade absurdo que por razões óbvias não poderia ser levado a sério. Aliás, para essa pessoa, este produto já estava descontinuado e já fora substituído por outro mais recente mas de inferior qualidade… lá porque dás corda ao caloiro e este desata a dançar e a rodopiar, não significa que seja melhor, aliás, desconheço outra qualidade que ele tenha mas imperfeições encontro muitas. Resumindo, nem tudo que é novidade é necessariamente melhor que aquilo que já existe!

Mas esta história de prazos tem mais um detalhe, se o produto estiver estragado e estiver dentro do prazo de validade, ainda podes reclamar. Foi o que fiz… é um direito do consumidor! Ainda fui ao fabricante e pedi para que o produto fosse concertado ou trocado, mas este, era único, singular, exclusivo, não se fabrica mais e pelo que os peritos me disseram é de difícil reparação, não há volta a dar, nasceu torto, morre torto e desaparecerá porque continuará a cavar a sua própria ruína.

Buona sera, senorina, buona sera... Capisce?

domingo, 3 de junho de 2007

Coincidências...

Até posso acreditar numa ou outra coincidência mas… numa sucessão de coincidências, de promessas falsas sobre acontecimentos que nunca iriam acontecer, rodeadas de engano, omissão e traição… nem o diabo acredita! Aliás, já nada acontece por acaso e a verdade acaba sempre por vir à tona. Verdade que é para ser dita e quem diz a verdade não merece castigo.

Sei que estes incidentes “só acontecem a quem anda na estrada”, neste caso peculiar, “só acontecem a quem anda na noite e nas danças latinas”. Ainda julguei que se tratasse de um caso particular mas parece contagioso… tanto encobrimento e hipocrisia por parte dessa “seita”, sim “seita”, esse grupo de indivíduos que segue uma forma de vida ilusória, uma doutrina estéril cheia de comportamentos disfarçados onde a infidelidade reina, onde se gastam rios de dinheiro em algo supérfluo, por uma felicidade repentina que, como uma droga, desaparece com a mesma ligeireza que apareceu… e aclama pelo consumo de mais uma dose. Não quero mencionar nomes mas há muita gente a arruinar a sua vida pessoal e profissional à custa desta religião.

Até então, nunca tinha acreditado fielmente na expressão “A dança é a expressão vertical de um desejo horizontal”, aliás, eu até gosto de dançar mas com o desenrolar de “coincidências” parece-me uma pena que as “danças latinas” e os seus viciados se tenham prostituído para obter um reconhecimento, um lugarzinho na sociedade... pisando tudo e todos, levando tudo na frente sem atender à dignidade, à honestidade e ao respeito por si próprios e pelos outros.

A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, mais engrossa! A mentira dá flores, mas não frutos!

Mentira...

Sempre te disse que odiava a mentira, sempre soubeste que isso era uma das coisas que mais me magoava. Eu pedi-te para nunca me mentires, preferia sofrer com a verdade do que com a mentira ao tentares proteger-me ou ao fazeres o que era melhor para ti. Tu não pensaste que eu iria descobrir, mas infelizmente descobri, descobri que preferiste mentir-me, preferiste enganar.

Tudo o que até hoje foi feito perdeu o valor após eu ter descoberto, tuas palavras passarão a ser meras palavras sem significado para mim, meras palavras nas quais não deposito mais confiança, toda a confiança que tinha em ti foi-se...

Para mim a pessoa que eras simplesmente morreu, foste afogada no teu próprio mar de mentiras e não no mar que eu conheço pois nesse mar morreria toda a beleza se lá pertencesses.

Para mim não és mais que a gota que é desperdiçada num deserto, uma gota que depois da queda não tem mais utilidade, para mim és o grão de areia que tinha em minhas mãos e soprei para fora...