terça-feira, 27 de novembro de 2007

Silhueta...

Sombra, essa obscuridade contínua, porque me persegues? Deixa de correr atrás de mim, solta-me e pára de me atormentar! Que mania de imitares todos os meus movimentos, quaisquer que sejam, comuns ou obscenos. Porque surges após a escuridão, logo ao amanhecer e desapareces com o pôr-do-sol? Será mesmo que desapareces ou apenas te enalteces com o anoitecer?

É o meu ‘eu’ escurecido que me relembra que ainda cá estou, mesmo na ausência de luz e com pouca claridade não me larga, quer esteja inanimado ou repleto de acção. Predomina num espaço oblíquo e oposto a uma fonte de luz, incessantemente presente, atrevida, impertinente e sempre grudada em mim. É apenas uma silhueta bidimensional, uma projecção invertida, uma realidade simulada e fingida… Ou será o meu ego mais sombrio, um arquétipo de violência e imoralidade, de dupla personalidade, animalesca e primata que reside dentro de mim?

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