terça-feira, 10 de julho de 2007

Ambiguidade...

Ó ambiguidade… que hesitação em tomar decisões, em pisar o risco, em provocar um deslize intencional. Odeio esta instabilidade, detesto desconhecer o vindouro e renego o infortúnio… maldigo a falta de firmeza, a escassez de equilíbrio e de propósitos.

Como gostaria de governar eficazmente os meus pensamentos, de ter forças para defrontar os dissabores do amanhã e de afogar as amarguras de ontem. Como apreciaria esquecer os incidentes entreabertos que tendem a ficar presos entre duas resoluções, numa indecisão permanente, numa angustiosa expectativa…

Sinto que resido numa insónia inalterável, numa vivência deturpada, numa indolência que me aprisiona… onde, ocasionalmente, talho na imaginação aquilo que poderia ter sido se abraçasse outro rumo, se não me transformasse num escravo da rotina, se esquivasse os conselhos sensatos… e neste momento, qual será a janela para a razão? Devo usufruir dos brindes que brotam, seguir um fado incerto ou perpetuar a lembrança?

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