segunda-feira, 11 de junho de 2007

Insónia...

A insónia, esta tormenta silenciosa e mórbida que vagueia na escuridão, nas trevas do olhar que nada vê, cegando o meu raciocínio com sentenças irreflectidas mas férteis em memórias amargas, nas ciladas, nos actos de ingratidão, de um coice que me atira para o vazio de um leito mutilado, aprisionado à travesseira de uma lápide prometida, repito insistentemente: “tenho que dormir, tenho que descansar…”, procurando abstrair as vozes que ouço a azedar a minha mente enquanto mordo a fronha, tento fugir ao pânico de adormecer e cair na hipnose de um pesadelo real, imaginando o rosto do fantasma que me atormenta, afigurando a queda na insanidade de mais um louco delirante, desvairado na insensatez, desorientado num sono vão… numa dormência acordada, distraído e absorvido em acontecimentos passados que já não posso recordar e num futuro próximo que me vai custar a enfrentar…


Perder a razão é uma coisa terrível. Antes morrer. A um morto consideramos com respeito, rezamos por ele. A morte fá-lo igual a todos. Enquanto um homem privado da sua razão deixou de ser homem...
(Alexander Puschkine)

2 comentários:

Anónimo disse...

isso passa com um garrafão de vinho. Mas tem de ser do bom....

Anónimo disse...

e esse pelos no peito ficam-te a matar :-)