domingo, 24 de junho de 2007

Caçada...

A Caçada, essa perseguição de um animal a outro, geralmente com intenção de abate, de supressão. Essa prática utilizada pelos carnívoros para obtenção de alimento, de um desejo, de uma satisfação. As emboscadas, perseguições em velocidade ou trabalho em grupo, em bandos ou seitas, sempre visando os mais frágeis em favor de sua dita sobrevivência, da sua supremacia, sem olhar a meios, desconsiderando o respeito pelos demais, contaminando a moralidade e a lealdade.

O instinto de caçar sempre esteve presente no ser humano, é um instinto tão espontâneo que pode ser facilmente observado logo na primeira infância.

A facilidade, a destreza da caça à noite, à candeia, em que as bruxas parecem donzelas, onde a beleza e a perfeição ganham forma, em que se é livre, solto de compromissos éticos, onde a caçada até faz sentido, onde há receio, há perseguição alcoolizada e a adrenalina nos presenteiam com uma satisfação momentânea, com um contentamento apaziguador e com uma sensação de soberania, de ascensão a realeza e ao poder celestial.

Estas proezas e desventuras, a irreflexão da caçada, as vivências na noite acabam por ser doces para quem a vida é amarga onde podemos proferir tudo de forma irracional, mentir, trair e ocultar a realidade porque as palavras de noite não servem para a manhã, porque são promessas insensatas e levianas.

Nestes instantes não há cansaço para o predador porque se uma boa ideia consegue mantê-lo acordado durante a manhã, uma aparente grande ideia irá mantê-lo acordado durante toda a noite e quanto maior é o desejo, maior é o prazer em satisfazê-lo, em agradar uma alma ferida que procura um carinho por mais ínfimo que seja. Obrigado criatura da noite…


Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão…
(Madre Teresa de Calcutá)

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